quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Mais um texto anti-Integralista mascarado de estudo acadêmico.

Sérgio de Vasconcellos

Prezados Companheiros.

Fui avisado pelo Companheiro Marcelo Silveira – sempre bem informado – da existência deste Artigo. O  Autor, infelizmente, labora nos velhos equívocos históricos e doutrinários de sempre. Vejamos:

1º) O Integralismo NUNCA se assumiu como Movimento fascista durante a década de 30, e a única fonte que ele indica, o Livro “O Integralismo e o Mundo”, de Gustavo Barroso, não afirma tal coisa, o que nos leva a crer que o “pesquisador” tresleu a Obra, se é que a leu verdadeiramente... Eis o que escreveu de fato, impresso em boa letra de forma, perfeitamente compreensível para os que não são analfabetos funcionais o sempre injustiçado Gustavo Barroso: "Integralismo - nazismo - fascismo".

2º) A ABC não teve vida efêmera, porque não teve vida alguma, o Estado Novo jamais autorizou o funcionamento de tal Organização, tendo ficado o Movimento Integralista na sua maior parte na clandestinidade, apenas criando outras Organizações devidamente registradas para dar respaldo legal a ações setoriais, como, por exemplo, o Apollo Sport Club, o Auxílio às Famílias Empobrecidas (apelidada internamente de “Socorro Verde”), a Cruzada Juvenil da Boa Imprensa, etc.

3º) O Integralismo não se transformou em Partido por nenhuma decisão tomada no 2º Congresso Nacional da AIB, em Petrópolis, em 1935. Desde que o boçal do Hélgio Trindade afirmou naquele lixo que é o Livro dele tal inverdade, todo mundo sai repetindo esta bobagem. Já em 1933, logo após o Registro do seu 1º Estatuto como sociedade civil, a AIB entrou com um Pedido solicitando seu Registro como Partido Político. Por conta de exigências da Justiça Eleitoral é que foram feitas alterações nos Estatutos, tanto no 1º Congresso, em Vitória (1934), quanto no 2º já citado. A famosa 1ª Marcha Integralista foi para comemorar o lançamento da Candidatura de um Integralista à Constituinte, que não se elegeu infelizmente. O único Deputado Federal Integralista naquele período foi o Companheiro Jeová Mota, eleito pelo Ceará, pela Legião Cearense do Trabalho.

4º) Sobre o periódico “Renovação Nacional” e a Cruzada de Renovação Nacional, cabe esclarecer: O Jornal “Renovação Nacional” não surgiu em 1978, mas, em 1968; a Cruzada de Renovação Nacional foi fundada em 20 de Fevereiro de 1970 por Jáder Araújo de Medeiros, que já era Presidente da União Operária e Camponesa do Brasil – fundada na década de 50 -, e que a partir de 1971 passou a publicar o periódico “Renovação Trabalhista”. Quanto ao médium, o saudoso Companheiro Jáder era Espírita e, de fato, UMA VEZ POR ANO, recebia por intermédio de um psicógrafo comunicações que seriam de Plínio Salgado e que ele mostrava aqueles Companheiros que fossem Espíritas e que manifestassem interesse. JAMAIS o Companheiro Jáder Araújo de Medeiros orientou suas ações Políticas por tais Psicografias, cujo conteúdo era espiritual segundo ele mesmo sempre me dizia, quando muito, falando do futuro grandioso do Brasil, e nada mais. Portanto, é má fé e uma tentativa repugnante de desrespeitar uma Religião esta leviana acusação. Mas, o que esperar de outro boçal comunista como este tal Calil?

5º) A Casa de Plínio Salgado não foi fundada apenas por águias brancas e perrepistas, mas, também, por Militantes da Velha Guarda, e outros bem mais novos na época, como eu, que nunca fui da antiga AIB, do PRP, nem Águia Branca, e que estive presente na Fundação. Esta Márcia Carneiro é outra que não entende patavina de Integralismo e teima em continuar escrevendo sobre o que não conhece.

6º) A nova AIB não foi registrada em nome do Companheiro Anésio de Lara Campos Júnior, mas, como sociedade civil. O seu primeiro Estatuto, considerado provisório, foi datilografado lá em casa pelo Companheiro Anésio e além de nós dois, teve também a assinatura de minha saudosa Mãe, Iracema Lopes de Vasconcellos. Portanto, não se tratava de propriedade privada do Companheiro Anésio como idiotamente supõe o Autor.

7º) O Dreyffus é outro boçal. O Partido de Ação Nacional, fundado pelo brilhante Companheiro Rômulo Augusto Romero Fontes, não teve qualquer relação oficial ou oficiosa com a nova Ação Integralista Brasileira. Quando muito, alguns de seus integrantes também faziam parte da nova AIB e o seu periódico, o Ação Nacional, veiculava noticiário sobre a nova Ação Integralista Brasileira, mas, isto também o fazia a imprensa burguesa (Jornal do Brasil, O Globo, etc.).

8º) O PAN jamais foi financiado pela tal Causa. Os comunistas sempre com esta velha ladainha que nós Integralistas recebemos dinheiro de fora. Como eles são traidores da Pátria, julgam os outros por eles mesmos.

9º) A não efetivação do PAI – Partido de Ação Integralista -, nada tem com uma suposta resistência à liderança do Companheiro Anésio, simplesmente porque ele não era mais Presidente naquela ocasião, mas, o saudoso Companheiro Sebastião Cavalcante de Almeida, que não ficou efemeramente no cargo, mas, por longo tempo, sendo substituído pelo Companheiro Ubiratan Pimentel da Silva, que é o seu Presidente até hoje. Não sendo o Integralismo uma monarquia hereditária, nem propriedade de uma Família, não haveria porque consultar a viúva do Chefe, a saudosa Companheira Dª Carmela Patti Salgado, nem a Filha, Netos, Irmãos, Sobrinhos, Primos ou quaisquer outros parentes, herdeiros e sucessores de Plínio Salgado para se fundar uma nova AIB ou qualquer outra Organização Integralista.

10º) Sobre o suposto antissemitismo do Integralismo já me externei em duas ocasiões, de forma IRREFUTÁVEL, e, portanto não acrescentarei nada. Recomendo aos interessados a leitura dos seguintes: "Gustavo Barroso, racista?" e "O Integralismo foi o introdutor do antissemitismo no Brasil?".

11º) O Congresso Nacional Integralista para o Século XXI foi um grande sucesso. É pura fantasia do Autor a afirmação de que dias após o Congresso foram registrar uma nova Organização com o nome de Movimento Integralista Brasileiro e que não o puderam fazer porque ela já estava registrada pelo Companheiro Anésio. Vamos aos Fatos: Não se registra uma sociedade civil sem os Estatutos. Foram elaborados quaisquer Estatutos durante o Congresso? Não. Foi tomada a decisão de se fundar o  MIB? Não. Decidiu-se pela criação de uma nova organização de âmbito nacional. Num primeiro momento, durante o Congresso, cogitou-se de se chamar de Movimento Integralista Brasileiro, porém, tal entidade já existia, fundada pelo Companheiro Anésio (e de cuja criação também participei, sendo um dos signatários dos Estatutos, em 1983), e que, portanto, não poderia ser utilizado. O Companheiro Anésio com total desprendimento concordou em abrir mão da Presidência do MIB, cedendo a entidade aos Congressistas, mas, optou-se pela criação de uma organização inteiramente nova. Então, em 22 de Janeiro de 2005, em Assembleia de Fundação, em São Paulo, cumprindo as decisões do Congresso, foi criada a Frente Integralista Brasileira - FIB.

12°) O Integralismo não é e nunca se considerou de direita. Veja-se a Palavra Autorizada do próprio Chefe Nacional: "'Direitas' e 'esquerdas'" e "Verdades da 'direita' e da 'esquerda'".

13º) Sobre o suposto trauma pela perda do nosso líder só cabe responder com o próprio Plínio Salgado: “O Chefe não é uma pessoa, o Chefe é uma Ideia”.

Finalizando, muitas outras críticas poderiam ser feitas ao Texto, que está cheio de erros, porém, as que acima enumerei são suficientes para demonstrar o hiato entre o que é de fato o Integralismo e o Integralismo imaginado e fantasiado pelos nossos detratores.

Pelo Bem do Brasil!

Anauê!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

AO GENERAL TORRES DE MELO

AO GENERAL TORRES DE MELO
Sérgio de Vasconcellos.
MM. DD. General Torres de Melo.

Sou profundo admirador do seu relevante trabalho em prol da Pátria, que venho acompanhando, inclusive recebendo diretamente no meu e-mail os seus esclarecedores “Documentos”.

No início de 2012, o Sr. brindou-nos com uma brilhantíssima resposta à jornalista Miriam Leitão, que ganhou imensa repercussão no mundo virtual sendo reproduzida em várias dezenas de blogs e recebendo inumeráveis elogios, o que certamente deve ter deixado à caterva comunista bastante perplexa. Pretendi já naquela época tecer umas breves observações ao seu magnífico escrito, mas, não o fiz e, agora, serenada a merecidíssima reverberação de seu Artigo, resolvi publicar as considerações que o mesmo me suscitou sobre a presença Militar na História Nacional (1).

O Sr. na sua excepcional resposta à citada jornalista nos dá a impressão de que os Militares tiveram um papel secundário na Vida Nacional, indo a reboque das maquinações civis, o que não posso concordar. De forma alguma podemos amesquinhar a participação das Forças Armadas na História Pátria.

De fato, foi a atuação do Duque de Caxias e de outros Militares de igual envergadura intelectual e moral que impediram que o separatismo lacerasse o corpo da Pátria. Hoje, que as mesmas forças centrífugas se fazem sentir, também estipendiadas pelo mesmo Capitalismo Financeiro Internacional que financiou as revoltas separatistas ao tempo do Império, pergunto: Terá o Brasil Soldados da fibra de Caxias, Amazonas, Herval, Tamandaré para sustentar a integridade nacional? O Sr. como Militar está em condições de responder esta dúvida que, posso adiantar, está longe de ser unicamente minha.

Querer reduzir o papel do Proclamador da República e de seu Consolidador ao de indivíduos “envolvidos” por “políticos” é querer passar atestado de burrice em Deodoro e Floriano. A Proclamação da República foi um Movimento Militar em que o Povo Brasileiro e a maioria dos Políticos não tiveram qualquer participação, salvo por um pequeno grupo de republicanos, que se aproveitou da situação para derrubar a Monarquia, pois, quando Deodoro rebelou suas tropas seu objetivo era apenas a deposição do Gabinete Ouro Preto. Estando este e demais Ministros literalmente presos no Campo de Santana, o Imperador então convoca Silveira Martins, conhecido pelo seu rigor, para compor um novo Gabinete, e somente aí o General Deodoro ultrapassa a linha da insubordinação e trai o Império que jurara defender. Foi a primeira, porém, não a última intervenção Militar na Política. A segunda foi a deposição do próprio Deodoro pelo seu Vice, o General Floriano Peixoto... Portanto, General, a malsinada Proclamação da República está muito longe de ser um exemplo de respeito à Lei e à Ordem.

A Política dos Governadores? Ora, é o fruto sazonado da quartelada de 15 de Novembro de 1889 e manteve-se à sombra das baionetas enquanto durou a República Velha, inclusive, prestando-se a eleição fraudada do Marechal Hermes para a Presidência da República. Onde estavam os Militares de brio que impugnassem tal roubalheira e garantissem a verdade das urnas, nas quais fora eleito Rui Barbosa? Omitiram-se, permitindo mais esse desrespeito à Lei e à Ordem. E como foram tratados os Militares que se rebelaram na defesa da Lei e da Ordem, por exemplo, na Revolta da Armada, na Revolução Federalista, na Revolta da Chibata? Tiveram o apoio do restante do Exército e da Marinha? Sabemos que não, pelo contrário, num belo exemplo de como compreendiam o que era o respeito à Lei e à Ordem: Ficaram ao lado do GOVERNO, ajudando que este rasgasse a Lei e impusesse a Ordem que bem entendia a Nação atônita. O Tenentismo jamais foi aceito pela cúpula militar da década de 20, e só não é tratado com a mesma forma desairosa que outros Militares que se levantaram em épocas anteriores, simplesmente porque muitos deles participaram da vitoriosa Revolução de 30, não fosse isto e seriam mencionados com desdém e vergonha pelos Militares de Ontem e de Hoje. E o levante dos 18 do Forte? E a Revolta do Izidoro, em que se chegou a bombardear a Cidade de São Paulo? Quem estava com a Lei e Ordem? Os Militares revoltosos ou os Militares situacionistas? De qualquer maneira que se opine não se pode negar que se tratava de intervenção militar na Política Nacional.

Onde estavam os corajosos Militares defensores da Lei e da Ordem quando Civis e Militares insurrectos fizeram um tranquilo passeio do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro e derrubaram o Presidente Washington Luís e impediram a posse do recém-eleito Júlio Prestes? O grupo Militar que se revoltou não deu a mínima a Lei e a Ordem e o restante ADERIU, traindo a Lei e a Ordem que sustentara até a véspera. Instala-se um Governo Discricionário, que nomeia Interventores para todos os Estados – menos para Minas Gerais – e tal estado anômalo perdura até que Paulistas – Civis e Militares – levantam-se em defesa da Lei e da Ordem! É a Revolução Constitucionalista! Sim, o Brasil estava sem Constituição! Onde os Militares que segundo o Sr. sempre sustentaram a Lei e a Ordem que nada fizeram para exigir do Getúlio e dos demais Políticos que tomaram posse do Palácio do Catete o retorno à Democracia? O Estado de São Paulo sofreu, mas, deu um exemplo de civismo, e se perdeu no plano militar, porque o Exército e a Marinha da época pareciam achar muito natural que em pleno século XX o Brasil não tivesse Constituição e que a Ordem fosse determinada por um Governo Discricionário, ficaram leais – pelo menos dessa vez – ao grupo que açambarcara o Poder em 1930, repito, se perdeu no plano militar, a Revolução Constitucionalista ganhou no Político, porque Vargas percebeu que era necessário voltar ao Estado de Direito e convocou uma Assembleia Nacional Constituinte. Por acaso, fizeram alguma coisa os Militares defensores da Lei e da Ordem quando Getúlio pactuou com o Congresso em 1934, num autêntico golpe, pelo qual os Constituintes passaram a condição de Senadores e Deputados Federais, elegendo-o então indiretamente Presidente da República? Nem um tirozinho, General? Que raio de defensores da Lei e da Ordem são estes, General? Só os Integralistas alertaram para as consequências funestas de tal Golpe Parlamentar. Fato semelhante já ocorrera no início da República, quando o mesmo tipo de barganha fez o General Deodoro da Fonseca para se perpetuar no Poder e o resultado final não foi bom a começar pelo próprio Deodoro que foi defenestrado pelo Floriano. Mas, segundo o Sr. eles eram apenas dois ingênuos enrolados pelos Políticos...

E a Revolução de 1935? Que fiasco a atuação dos Militares! Sobre este episódio tenho já tenho um Artigo,  "O Integralismo e a Revolução Comunista de 1935", cuja leitura recomendo.

Chegamos aqui ao ápice da defesa da Lei e da Ordem pelos Militares de Ontem, o Estado Novo! Que exemplo edificante para os Militares de Hoje... As “velhas raposas” encasteladas no Catete em cumplicidade com a cúpula Militar do Ministério da Guerra resolvem não permitir que ocorram as eleições de Janeiro de 1938, afinal, vai que o tal Plínio Salgado se eleja e ponha fim à farra... Então um General carreirista, cujo nome não mencionarei por razões de higiene, rouba descaradamente do então Capitão Mourão Filho um documento reservado da Ação Integralista Brasileira E O APRESENTA À NAÇÃO COMO UM PLANO COMUNISTA QUE FORA DESCOBERTO PELO EXÉRCITO!!! Sim, General Melo, este era o nível moral e intelectual de muitos Militares de Ontem. Infelizmente! Com esta falsa justificativa, com TOTAL APOIO dos Ministros Militares se instalou o Estado totalitário no Brasil! Evidentemente, nem todos os Militares eram desta mesma tibieza moral e, então, começou a conspiração que redundaria na malograda Revolução de 11 de Maio de 1938. Esta, sim, uma iniciativa que visava defender a Lei e a Ordem por Brasileiros Militares e Civis (entre os quais, nós, Integralistas), restaurando o Estado de Direito, o retorno à Constituição de 1934, a convocação de eleições livres, a anistia política, etc. Mas, de que lado ficaram as Forças Armadas? Da Lei e da Ordem, isto é, da Constituição de 1934 ou do totalitarismo estadonovista? É fato, ficaram com Estado Novo e contra a Lei e a Ordem!!! Em 1945, o General Dutra manda o Getúlio ir veranear em Itu e com imerecida aura de herói da 2ª Guerra elege-se Presidente da República. Só fico na dúvida quando o Dutra e os Militares que o apoiavam defenderam a Lei e a Ordem, se quando depuseram Vargas ou quando garantiram a eleição do Dutra pelos velhos e conhecidos manejos da fraude eleitoral?

Não abordarei sua simplista visão da Guerra Fria, escaparia a finalidade desta. Quem sabe noutra oportunidade.

Sei... O Inquérito do Galeão não era da alçada militar... De fato, o Getúlio da década de 50 estava mal cercado, mas, não apenas por civis...

Quanto ao Movimento que redundou na Revolução de 1964, ele se inicia entre CIVIS com total e completa omissão dos Militares, salvo pelas honrosas exceções de praxe, com as Marchas da Família. Havia uma opinião pública favorável à deposição de Jango, mas, os Militares até 30 de Março eram janguistas, digo, defensores da Lei e da Ordem... Então, um Militar de verdade, cansado da lassidão das FFAA, sai de Juiz de Fora e marcha para o Rio de Janeiro e dá início a Redentora, e, então, vieram as ADESÕES de outras unidades Militares, começando pela mais importante, o 1º Exército. Registre-se o nome do Militar, autêntico Patriota, e não um reles carreirista fardado: General Olympio Mourão Filho. MAS, infelizmente, SEMPRE HÁ UM “MAS”, a Revolução de 31 de Março de 1964, uma autêntica contrarrevolução, cuja finalidade era garantir a Lei e a Ordem, preservando a Democracia, o Estado de Direito, que os comunistas em breve destruiriam com a implantação de um Estado totalitário bolchevista, acabou por atentar exatamente contra a Lei e a Ordem, fechando o Congresso, mandando as urtigas a Constituição de 1946, abolindo os Partidos Políticos, fazendo cassações inúmeras, convocando uma nova Constituinte, que redigiu a Carta de 1967, reformulada discricionariamente pelos Militares em 1969, enfim, todo um cortejo de medidas que tiveram como consequência final, o Brasil que temos hoje! Ah! Esqueci que para o Sr. a culpa é sempre dos Civis... Os Militares continuam ingênuos como Deodoro e Floriano...

Os Militares são democratas? Foram democratas quando derrubaram o Gabinete Ouro Preto? Foram democratas quando mandaram o Deodoro para a Casa? Foram democratas quando permitiram a derrubada do Presidente Washington Luiz? Foram democratas quando não tugiram nem mugiram durante dois anos de Governo Discricionário do Sr. Vargas? Foram democratas quando sustentaram durante oito anos o totalitário Estado Novo? Foram democratas quando fecharam os Partidos e praticaram todo tipo de excesso durante o Regime Militar ao arrepio das mais comezinhas noções de Lei e de Ordem? E dizer que “Os militares não irão às ruas sem o Povo ao seu lado” é uma afirmação democrática e respeitadora da Lei e da Ordem? Se o Povo estiver autenticamente insatisfeito com o atual estado de coisas no Brasil, então que se manifeste através dos meios legais, ordeiros e democráticos existentes. Que os militares tratem de se preparar para a Guerra caso o Brasil seja atacado e deixem ao Povo a responsabilidade da condução da Vida Política Nacional.

Finalizando, General Torres de Melo, creio ter demonstrado com fatos inquestionáveis da História do Brasil, que sua “tese” não se sustenta. Desde 15 de Novembro de 1889, os Militares do Brasil têm violado constantemente a Lei e a Ordem, pois, tendo usurpado o Poder Moderador do Imperador estão condenados a interferir constantemente na Política e sempre que o fazem é um desastre! Por favor, continuem em seus quartéis!

Pelo Bem do Brasil!

Anauê!

NOTA DO BLOG:
1) Segundo fui informado por um Militar, a resposta do General Torres de Melo à jornalista Miriam Leitão, não seria do início de 2012 e, sim, de 12 de Março de 2008, e que por sua vez seria uma resposta ao Artigo "Enquanto Isso", datado de 18 de Setembro de 2005. De qualquer forma, só tomei conhecimento da Carta do General Francisco Batista Torres de Melo em Fevereiro de 2012.

domingo, 24 de junho de 2012

Catolicismo e Integralismo


Catolicismo e Integralismo
Sérgio de Vasconcellos*

Não é de hoje, que certos indivíduos que se dizem Católicos lançam-se contra o Integralismo, acusando-o de incompatível com o Catolicismo. Atualmente, dois grupos têm a primazia na difusão desta escalafobética inverdade, a matilha que se diz “tradicionalista” e a alcatéia da “esquerda” Católica. Sobre estes últimos nada diremos, pois, o Magistério Eclesiástico já esclareceu que o comunismo é intrinsecamente perverso, logo, um Católico que se diga marxista ou é um imbecil completo ou é um indivíduo de má-fé, de nenhuma fé talvez fosse mais correto dizer... Já os pseudo-tradicionalistas, nestes tempos de Internet, têm conseguido vender o seu peixe além dos limites usuais dos seus feudos “espirituais”. Cada grupúsculo tem seus líderes, e vivem em guerra uns com os outros, só tendo um ponto em comum, um ódio visceral pelo Chefe Nacional Plínio Salgado e pelo Integralismo. Cansado de ouvir tanta baboseira de boçais que se presumem de grande coisa, e são apenas sepulcros caiados, resolvi traçar estas verazes linhas.

Tivessem utilizado o Método que Gustavo Barroso empregou em seus Livros Integralistas, principalmente no “Integralismo e Catolicismo” e “Comunismo, Cristianismo e Corporativismo”, isto é, cotejar as Encíclicas Papais, a “Rerum Novarum”, de Leão XIII, a “Quadragésimo Ano” e a Caritate Christi Compulsi”, ambas de Pio XI e tantas outras, com as Obras Integralistas, de Plínio Salgado e demais Pensadores do Sigma, então teriam verificado, sem margem à dúvida, que o Integralismo é compatível com o Ensino Social da Igreja, aliás, é o único Movimento Político que harmoniza-se perfeitamente com os rumos sociais propostos à Humanidade pelos Sumos Pontífices. Método simples e eficaz, acessível às pessoas inteligentes, o que praticamente exclui a possibilidade de seu entendimento pela quase totalidade dos pseudo-tradicionalistas Brasileiros.

A guerra ao Integralismo nos ambientes Católicos surge simultaneamente com o próprio Integralismo: O “Dr.” Plínio Correa de Oliveira, participou da Sociedade de Estudos Políticos – SEP -, organização da qual brotaria a Acção Integralista Brasileira –AIB. O futuro criador da TFP, não aceitou pertencer à A.I.B, pois, discordava da Frente Única Espiritualista preconizada pelo Integralismo, defendendo que o Movimento Integralista deveria ser unicamente Católico. No entanto, o Integralismo estava em perfeita sintonia com a Santa Sé, pois, Sua Santidade Pio XI havia proposto na Caritate Christi Compulsi exatamente que todos os que ainda acreditassem em Deus e o colocassem como o Fundamento da Ordem Social se reunissem numa Frente contra o Materialismo! Ou seja, o “Dr.” Plínio era desses Católicos, como diria Gustavo Barroso, que queriam ser mais Católicos que o Papa. Agora, façamos justiça ao “Dr.” Plínio: Se é verdade que em reiterados artigos ele constantemente criticava o Movimento por aceitar Brasileiros de todos os Credos Religiosos, também nunca deixou de elogiar o que ele achava de construtivo no Integralismo, como por exemplo, o anti-comunismo e o nacionalismo. É uma pena que, hoje, seus pretensos seguidores dediquem-se ao ataque sistemático ao Integralismo, esquecidos que o seu mentor não via apenas defeitos no Sigma, também reconhecia os seus méritos.

Atualmente, com a debacle do marxismo, e o revigoramento do capitalismo, a globalização, a expectativa de um Estado mundial (com a supressão das Soberanias Nacionais), muitos Católicos ditos “tradicionalistas” buscam um lugar ao Sol para a Igreja nessa nova ordem mundial. Relembrando que na Idade Média não haviam Estados Nacionais como os entendemos hoje, traçam um paralelo absurdo com essa futura ordem mundial. Ingenuamente julgam que a Igreja terá um papel saliente neste novo estado mundial. Ora, será que esses bobalhões nunca ouviram falar em Poder Econômico? Que este Poder Econômico vem combatendo o Catolicismo nos últimos quatrocentos anos? E que não tem sentido nenhum para este Poder Econômico respeitar a Igreja Católica, que sempre estará falando de Verdades que eles querem destruir, como a existência de Deus, a Imortalidade da Alma Humana, que Cristo é o Salvador, o Amor ao Próximo, que a Ética deve primar em todas as relações, inclusive, e principalmente, nas econômicas, etc.? Não percebem que esta futura nova ordem é necessariamente atéia e anti-Cristã? Será que são tão burros assim, esses pretensos tradicionalistas??? Incoerentemente, criticam o Conceito de Quarta Humanidade, genialmente exposto por Plínio Salgado, mas, aceitam pacificamente e defendem intransigentemente esta monstruosa ordem mundial que o capitalismo financeiro está impondo ao Mundo. É uma burrice tão avassaladora a desses pseudo-Católicos tradicionalistas que, se não fosse tese condenada pela Igreja, poderíamos falar em ignorância invencível...

Mas, a burrice da maioria não explicaria completamente o fenômeno anti-Integralista desses “Católicos”, e aqui, mais uma vez, nos valeremos de Gustavo Barroso: Tais Católicos ignorantes, que julgam estar a serviço da Igreja, na verdade trabalham para a anti-Igreja, estão sendo guiados sem o perceber – pois a vaidade, a soberba, a jactância, a falta de Amor verdadeiro à Deus, ao Próximo e a si mesmo, obscurecem a inteligência -, repito, estão sendo guiados pela Maçonaria, o que vale dizer, pelo Espírito das Trevas.

Ao terminar este breve Artigo, lanço aqui um alerta a estes iludidos: Desenganem-se, vocês são apenas cegos guiando cegos e o destino de todos vocês é caírem no Abismo. Portanto, enquanto ainda é tempo, lancem fora estas prevenções anti-Integralistas e reunam-se conosco no Bom Combate por Deus, pela Pátria e pela Família.

Pelo Bem do Brasil!

Anauê!
_______
* Σ. Comerciante. Rio de Janeiro (RJ).

sábado, 23 de junho de 2012

Integralismo e Religião


INTEGRALISMO E RELIGIÃO(1)

Sérgio de Vasconcellos

A Doutrina Integralista diferencia-se radicalmente de todas as ideologias políticas que até aqui dominaram o século XX: Enquanto estas são agnósticas ou ateias, isto é, materialistas, a Filosofia Integral afirma peremptoriamente a existência de Deus e, consequentemente, a imortalidade da Alma Humana.

Quanto à questão da Natureza do Ser Supremo, isto é, se Ele transcende ou identifica-se ao Universo; e, de seus atributos – unidade, simplicidade, amor, etc. -, o Integralismo não define, pois compete a cada Religião instruir seus fiéis nestes temas.

O Integralismo é Cristão e ecumênico. Ecumenismo este, o mais lato possível, pois reúne não só os Cristãos, como também os não-Cristãos, em uma “frente ampla espiritualista”, contra o materialismo avassalador do mundo moderno, que assume duas principais formas: o Agnosticismo Capitalista e o Ateísmo Marxista(2). Por conseguinte, o Integralismo recebe em suas fileiras Homens de todos os credos religiosos, irmanados na luta por Deus, pela Pátria e pela Família, e contra o Capitalismo Burguês e o Coletivismo Marxista.

Muitos leitores, talvez ainda não compreendam por que nós, Integralistas, tanto nos empenhamos em defender a existência de Deus, perguntando até: Afinal, que tem Deus com a política? Os que raciocinam desta forma estão dominados pelos preconceitos materialistas do século, não estão pensando com isenção, mas movidos por ideias preconcebidas.

Na verdade, Deus tem tudo com a política. Partindo da negação ou afirmação de Deus, surgem duas visões do Mundo, inteiramente antagônicas, que se defrontam numa luta de morte: O materialismo, com dupla feição, o dogmático e militante, adotado pelo Marxismo-Leninismo, escravizando os países comunistas, e, o agnóstico e burguês, adotado pelo Capitalismo, dominando os países supostamente livres do Mundo Ocidental; e, o Espiritualismo, adotado pelo Integralismo, e que alicerça a Idade Nova que estamos construindo(3).

Assim, decidir-se por Deus ou contra Deus não é um  capricho, não é discutir o sexo dos anjos, mas uma opção vital. Deliberar contra Deus é colocar-se ao lado das forças reacionárias, que desejam manter a Humanidade na escravidão, na alienação, é lutar para a instauração do execrando totalitarismo. Escolher a Causa de Deus é juntar-se à Revolução, é batalhar pela Libertação Integral da Humanidade.

Notas:
1) Publicado originalmente em “O Integralista” – Rio de Janeiro – Ano 2 – Nº 4 – Dezembro de 1990 – p. 7. Reproduzido, parcialmente em “A Voz do Oeste” – Lins(SP) – Ano II – Nº 20 – Janeiro/Fevereiro de 1992 – pág. 3.

2) Tal frente única também foi preconizada por Sua Santidade o Papa Pio XI, nas Encíclicas “Caritate Chisti Compulsi” e “Divini Redemptoris”, esta última Carta Encíclica foi reproduzida na íntegra por Gustavo Barroso, no seu livro “Comunismo, Cristianismo e Corporativismo” – Empresa Editora ABC – Rio de Janeiro – 1938 – págs. 107 e segs., e a defesa da frente única espiritualista encontra-se nas págs. 157 e 158. Sobre a “frente espiritualista”, que é o Integralismo, conferir, ainda, entre outros:
- Maria Amélia Salgado Loureiro(coord.) – “O Integralismo, Síntese do Pensamento Político Doutrinário de Plínio Salgado” – Editora “Voz do Oeste” – São Paulo – 1981 – p. 14.
- Padre Ludovico, “O Integralismo à luz da Doutrina Católica”, em Plínio Salgado – “O Integralismo perante a Nação” – 3ª ed. – Editora das Américas – São Paulo – 1955 – págs. 168 e 169. “Obras Completas” – Vol. 9.
- Alberto Silvares – “O Comunismo e seu Contra-Veneno” – Editora Minerva – Rio de Janeiro – 1937 – págs. 31 e segs.;b e, págs. 67 e segs.
- General Jayme Ferreira da Silva – “Retalhos Verdes” – A. Coelho Branco Filho, Editor – Rio de Janeiro – 1937 – págs. 65 e segs.; e, págs. 273 e segs.
- Miguel Reale – “Perspectivas Integralistas” – 2ª ed. – Livraria H. Antunes – Rio de Janeiro – 1936 – págs. 44 e 45.
- Gustavo Barroso – “Espírito do Século XX” – Civilização Brasileira – Rio de Janeiro –1936 – págs. 242 e segs.
- Gustavo Barroso – “O que o Integralista deve saber” – Civilização Brasileira – Rio de Janeiro – 1935 – págs. 115 e segs.

3) Consultar:
- Plínio Salgado – “A Quarta Humanidade – 4ª ed. – Editora das Américas – São Paulo – 1955 – 161 págs. – “Obras Completas”, vol. 5.
- Gustavo Barroso – “O Quarto Império” – Livraria José Olympio Editora – Rio de Janeiro – 1935 – 179 págs. – Coleção “Problemas Políticos Contemporâneos”, Nº 9.

domingo, 3 de junho de 2012

O SIGMA


Bandeira da Frente Integralista Brasileira


Sérgio de Vasconcellos

Como pôde o Integralismo, um Movimento político de tão intenso nacionalismo, de tão arraigado nativismo, adotar como seu símbolo uma letra estrangeira, o Sigma, que é grego?(1)
Contam-nos o Chefe Nacional Plínio Salgado(2) e Olbiano de Mello, que a sugestão do Sigma partiu do escritor Dr. Arthur Mota. Deixemos falar Olbiano de Mello:
“Uma tarde o Chefe avisa-nos que no Clube Português a AIB realizaria uma nova reunião.
“Se não nos enganamos, a segunda franqueada ao público depois de sua instalação. Marcada a noite, Paranhos toma-nos na residência do Dr. Arnaldo Amado Ferreira, ali pelas imediações da Avenida Paulista, onde nos achávamos hospedados. Ao entrar para o automóvel, nele se achava um outro passageiro. Tratava-se do Dr. Arthur Motta, historiador residente na Capital. Ia também, a convite de Paranhos, assistir a reunião.
“No Clube, depois que fizemos a leitura de um trabalho nosso – Paranhos saúda, na pessoa de Arthur Motta, o sociólogo e o matemático. E este, agradecendo, num improviso feliz, afirma: “que, ele matematicamente, bem compreendeu que somente seria num sigma político, formado por todos os valores diferenciais da Nação, que o Brasil acharia salvamento.
“Terminada a sessão, espalhamo-nos, aos grupos, pelas redondezas da sede daquele Clube. E mais tarde, quase à uma hora da manhã com Leães num café da rua Líbero Badaró – depararam-se-nos Casali, Reale e Igáyara de lápis em punho, a desempenhar, numa folha de papel a atual letra simbólica do Integralismo.
“Discricionariamente já haviam abandonado o modelo de distintivo que estávamos estudando em nossas reuniões na Rua Brigadeiro Luiz Antonio e, inspirados na frase de Arthur Motta, fixaram esta letra grega como a expressão integral de nosso pensamento doutrinário. Nasceu assim, noite alta, modesta e simplesmente numa mesa e no meio barulhento de um café paulistano – o Sigma Brasileiro”.(3)
Seu uso, no Distintivo e Bandeira, foi estabelecido nos três Estatutos da antiga e gloriosa Acção Integralista Brasileira.(4) Mas, é nos “Protocollos e Rituaes da A.I.B” –Capítulo III – Dos Symbolos – O Sigma -, que achamos uma exposição mais minuciosa:
Art. 12º - O sigma é o sinal simbólico do Movimento Integralista (Veja-se desenho com dimensões proporcionais  no “Monitor” nº9).
“ – É uma letra grega que corresponde ao nosso “S” e indica soma;
“ – Leibnitz escolheu-a para indicar a soma dos infinitamente pequenos;
“ – É a letra com a qual os primeiros cristão da Grécia indicaram a palavra “Deus”;
“ – É o nome da Estrela Polar do hemisfério sul.
“ – Ela lembra que o nosso Movimento é no sentido de integrar todas as Forças Sociais do País na suprema expressão da Nacionalidade.
“O Sigma maiúsculo foi preferido ao minúsculo por uma questão estética”.(5)
Gustavo Barroso nos diz quase o mesmo:
“O Sigma.
“É a letra grega escolhida por Leibnitz para indicar a soma dos finitamente pequenos.
“É também a letra com que os primeiros Cristãos na Grécia indicavam Deus e servia de sinal de reconhecimento, porque a palavra Sóteros o Salvador, começa por um Sigma e termina por um Sigma.
“É, enfim, a letra que designa a Estrela Polar no hemisfério sul, onde fica situado o nosso País.
“Assim, o Sigma, símbolo da nossa Idéia Integral está na ciência, está na tradição religiosa de nossa civilização cristã – e está nas próprias estrelas do nosso firmamento”.(6)
Contudo, contradizendo a opinião geral, afirmamos que o Sigma não é de origem grega, mas puramente brasileiro. Mesmo que Wenceslau Júnior, Olbiano de Mello, Gustavo Barroso e outros teóricos do Movimento tenham acreditado que fosse uma letra grega, desconhecendo sua verdadeira procedência, isto não altera o fato do Sigma ser um símbolo genuinamente nacional.
Já se foi o tempo em que era inquestionável a opinião de que as nossas populações indígenas teriam emigrado de outras terras – Europa, Ásia, África e Oceania -, das quais seriam originárias, e povoado o continente americano.
O Brasil foi o primeiro continente a emergir do oceano primevo que cobria todo o planeta. Aqui foi criado o Homem e surgiram as mais antigas Civilizações. Nossos índios não são seres primitivos, no início da evolução, como querem alguns, mas descendentes de vetustas civilizações, que após magnífico apogeu, entraram em irremediável decadência. Os vestígios e as provas da existência destas civilizações são inúmeros e, creio, irrespondíveis.
Logicamente, a escrita também teve aqui o seu surgimento. Não iremos discorrer sobre as várias etapas da evolução – mnemônica, figurada ou pictográfica, ideográfica, silábica e alfabética – porque passou esta Escrita-Mãe.
Na verdade, o Sigma é o desenvolvimento de um antiquíssimo símbolo, usado por nossos ancestrais desde tempos remotíssimos, como o atestam milhares de inscrições rupestres (itacoatiáras) existentes no Brasil, onde aparece, e daqui levado por nossos antepassados, quando foram conquistar e povoar os outros continentes.
Também não trataremos das fases evolutivas do Sigma. Ressaltamos que na origem desta evolução encontramos o signo representativo do relâmpago, do raio, do trovão e, por extensão, de senhorio, força, poder; e o signo da cobra, símbolo do poder criador, da criação, da força, do domínio, do poderio, da grandeza, e, ainda de chefe, rei.
         Como e quando se fundiram os símbolos do Trovão (Tupan) e da Cobra (Mbóia)? Na noite dos tempos, nossos maiores observaram a analogia entre o caminho percorrido no céu pelo relâmpago e os coleios da cobra em terra, fundindo os dois mitos.
   É conhecida a importância e a sacralidade do Trovão e da Cobra, como símbolos mágicos e religiosos, em todo o mundo. O estilizado Sigma, reunindo-os, superou-os em significado místico.
Assim, além daquele correto e evidente sentido assinalado por Barroso e pelos “Protocolos”, o Sigma, no simbolismo dos Tupis, representa a Divindade Suprema, a Criação, a Transformação, o Poder, a Realeza, a Força Universal e, surpreendentemente, o próprio Brasil.
Curioso que, no Esoterismo Judaico, a letra Shin guarda quase o mesmo significado do nosso Sigma, do qual é derivado, apesar dos milênios que separam a Cabala de sua Matriz, o Esoterismo Tupi.
É provável que os primeiros Integralistas ignorassem o significado profundo do Sigma, mas as forças ocultas da Raça, que jazem no nosso inconsciente, o impuseram. Este sagrado símbolo nos acompanha desde o início de nossa marcha revolucionária e estará presente na hora de nossa vitória que, conhecendo as poderosas forças cósmicas e psíquicas que estão em jogo e são representadas pelo Sigma, está mais próxima do que imaginamos.
            Anauê!

NOTAS:
1) Publicado originalmente em “Renovação Nacional” – Rio de Janeiro - Ano XXI – Nº 72 – Out./Dez. de 1988 – pág. 6.
2) Plínio Salgado – “Um Homem Sincero” (artigo).
3) Olbiano de Mello – “Razões do Integralismo” – 1ª ed. – Schimidt, Editor – Rio de Janeiro – 1935 – págs. 79 e 80.
4) “Estatutos da Acção Integralista Brasileira” (1933) – Título III – Do Patrimônio, do Distinctivo e da Imprensa – art. 18º;
“Estructuração do Movimento Integralista – Estatutos da Acção Integralista Brasileira”(1934) – Capítulo XI – Da Bandeira e do Distinctivo – arts. 53, 54 e 55; e,
“Estatutos da Acção Integralista Brasileira” (1935) – Capítulo XI – Da Bandeira e do Distinctivo – arts. 53, 54 e 55.
5) “Protocollos e Rituaes da A.I.B.” – Art.12º, em Monitor Integralista – Nº 18, de 10-4-1937, pág. 3.
6) Gustavo Barroso – “O que o Integralista deve saber” – Civilização Brasileira – Rio de Janeiro – 1935 – pág. 147.

sábado, 2 de junho de 2012

INTEGRALISMO E OBJETIVIDADE

Sérgio de Vasconcellos.

Em inúmeras passagens de sua Obra, Plínio Salgado chama a nossa atenção para que coloquemos o “sentimento” em tudo o que pensamos e fazemos(1), mas, isto não significa que o Integralista se guia por algum sentimentalismo barato ou um emocionalismo de ocasião, e, sim, impedir que um excessivo e frio intelectualismo nos separe da Vida e nos torne indiferentes ao sofrimento do nosso Próximo, dos milhões que passam fome e vegetam na miséria material, intelectual e moral. No Integralismo, portanto, a razão não está desconectada do sentimento. E este sentimento não deve ser visto como alguma forma de subjetivismo em que o Integralista fique enclausurado, pois, a objetividade é fundamental para o Integralismo.
A objetividade, para nós, não é mero registro ou catalogação das impressões recebidas do exterior. Sem negar a necessidade da experiência, o Integralismo rejeita o empirismo. Para o Integralismo, a objetividade é a adequação entre o intelecto e a realidade. Em sendo assim, dirige-se àquilo que é essencial e perene, e, não negando a validade de perspectivas parciais, recusa o fragmentário, pois, como o seu próprio nome indica, o Integralismo, enquanto Filosofia, orienta-se até à Verdade, a Verdade Integral, só possível através da Síntese.
Não por acaso – afinal, “Deus dirige os destinos dos povos”(2) – o Integralismo surgiu no Brasil – “o Último Ocidente e o Primeiro Oriente”(3) -, propondo uma “Palavra Nova dos Tempos Novos”(4), não a impondo a quem quer que seja, mas, pretendendo criar um ambiente em que seja livre e conscientemente aceita. Trata-se, portanto, sim, de uma Revolução, não pela violência e supressão dos opositores, mas, pelo convencimento. O Integralismo é um vasto Movimento Pedagógico, que visa reeducar o Brasil e o Mundo à luz de Ideias generosas e puras e que podem ser resumidas no nosso sagrado lema: “Deus, Pátria e Família”.


1) Por exemplo, em SALGADO, Plínio. Código de Ética do Estudante. Nova Friburgo: Tipografia Carestiato, [s.d.]:  “XXIV – Sê um homem de pensamento, mas se um homem de ação. O pensamento para transformar-se em ação precisa, primeiro, transformar-se em sentimento. Ideia que não é sentida é ideia morta. A ação é forma objetiva de ideias vivas, oriundas de realidades e criadoras de novas realidade. Cultiva o ideal, mas, se realista.” Pág. 6.
2) SALGADO, Plínio. Manifesto de Outubro. Varginha: [s.ed.], 1988. Capítulo I – Concepção do Universo e do Homem – pág. 1.
3) SALGADO, Plínio. Palavra Nova dos Tempos Novos. 3. ed. São Paulo:  Panorama, 1937; pág. 121 e segs.
  SALGADO, Plínio. Sol Nascente e Último Ocidente. Brasília: Câmara Federal, 1967.
4) SALGADO, Plínio. Palavra Nova dos Tempos Novos. 3. ed. São Paulo: Panorama, 1937; pág. 7 e segs.

sábado, 26 de maio de 2012

A CONCEPÇÃO INTEGRALISTA DA SOCIEDADE


Sérgio de Vasconcellos.

Três são os conceitos de Sociedade que modernamente predominam: O Individualismo, o Coletivismo e o Grupalismo.(1)
O Individualismo, concepção adotada pelo Liberalismo, afirma que a Sociedade é composta por Indivíduos, livres e iguais, que, em remoto estado de natureza, firmaram entre si, espontaneamente, um “contrato social”, onde abriram mão de reduzida parcela da liberdade absoluta que desfrutavam, recebendo em troca certas vantagens, como proteção e preservação dos interesses individuais pelo Estado contra possíveis ameaças do exterior e/ou do interior da Sociedade.
O Estado, para o Liberalismo, é um mal necessário, devendo ter funções mínimas, tais como aquelas não lucrativas e que, por conseguinte, não atraem o interesse dos indivíduos, mas que são essenciais às atividades econômicas, etc. Pretendendo proteger a liberdade e igualdade dos Indivíduos, entre estes e o Estado, não admitia a existência de quaisquer Grupos ou Corpos Intermediários, Associações – mesmo religiosas -, pois, tais organizações significariam uma restrição parcial da liberdade individual. Os próprios Partidos Políticos, considerados órgãos de expressão da Democracia Liberal, não tinham existência jurídica; existiam de fato, mas não de direito. Nenhuma Constituição Liberal, por todo o Século XIX, época de ouro do Liberalismo Político, consagrou sequer uma linha aos Partidos, só o Indivíduo era reconhecido. Aliás, só por razões técnicas o Estado tinha um estatuto jurídico. Foi no vácuo criado por esta atomização da Sociedade que a Burguesia chegou ao poder, tornando-se a classe dominante.
É do conhecimento geral o que resultou da pretensa liberdade e igualdade entre os Indivíduos: Ficou só no papel. Concretamente, as desigualdades eram gritantes. A iniciativa privada sem nenhuma limitação, sem qualquer preocupação de ordem social ou moral, objetivando unicamente o lucro, desculpada pelo Liberalismo Econômico através das famigeradas Leis Naturais da Economia; o completo abandono dos desafortunados, sem direito a organizarem-se para a defesa de seus interesses; e, um Estado Neutro impossibilitado de interferir nas questões sociais e econômicas, e de exercer funções industriais e comerciais; redundaram na mais desenfreada exploração dos economicamente fracos pelos economicamente fortes.
O Liberalismo Político, em sua acepção clássica, já não mais existe. O Capitalismo Liberal travestiu-se de “neocapitalismo”, com umas tinturas sociais, e forjou uma falsa Democracia Social que hoje vigora em todo o Mundo Ocidental. Mas, como demonstrou Plínio Salgado, a Burguesia não é apenas a classe dominante, porém, um estado de espírito, que atualmente penetra e corrompe todas as classes sociais, daí a razão pela qual a arcaica ideologia liberal ainda seduz tantos intelectuais, que levam a sério as suas obsoletas formulações sociológicas.
O Coletivismo, reagindo contra os excessos do Individualismo, acabou caindo no extremo oposto, não reconhecendo no Homem qualquer outro fim que não fosse a própria Sociedade, que o absorve inteiramente.
O Marxismo-Leninismo, desejando eliminar as desigualdades sociais e econômicas, nos países em que chegou ao poder, expropriou, em nome da coletividade, todos os meios de produção e serviço, que passaram a ser propriedade exclusiva do Estado, controlado pelo Partido Único, o Partido Comunista. É a “ditadura do proletariado”, ou melhor, a ditadura sobre o proletariado. Eliminou-se a liberdade por  completo e o igualitarismo não foi atingido, pelo contrário, na União Soviética, por exemplo, a nova classe, isto é, os burocratas do regime gozam de privilégios em nada inferiores aos da antiga aristocracia russa.
Em Sociologia, as teses marxistas, apesar do seu bolor, são acatadas por muitos espíritos desavisados, que defendem fanaticamente seu caráter “científico”. O certo, porém, é que o Socialismo, fruto típico do século passado(2), materialista, unilateral, está completamente ultrapassado e só sobrevive por ser a superestrutura ideológica que justifica o mais agressivo expansionismo nacionalista já registrado pela História, o Imperialismo Russo, não fosse isto e ninguém falaria mais dele.
O Grupalismo, por sua vez, assevera que a Sociedade é constituída por Homens e Grupos Naturais e é esta a concepção adotada pelo Integralismo.
O Homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. É composto de corpo e alma, com dupla destinação natural e sobrenatural, com direitos e deveres na sua tríplice esfera de atividades materiais, intelectuais e espirituais.
A sociabilidade é inata no Ser Humano, que tende, naturalmente, a reunir-se com outros Homens para alcançar interesses e fins comuns, cuja consecução seria impossível isoladamente. Assim, surgem necessariamente os Grupos Naturais – a Família, o Grupo Profissional, o Grupo Cultural, o Grupo Político, o Município, a Nação e a Sociedade Religiosa -, independendo, pelo menos em parte, da vontade do Homem. Os Grupos Naturais são os instrumentos pelos quais o Homem busca sua integral realização e, em especial, seu fim último – Deus.
O Estado Integral, a Nação organizada moral, política e economicamente, reconhecerá a legitimidade dos Grupos Naturais da Sociedade, inclusive, o direito de representação política, instaurando a autêntica democracia, a Democracia Orgânica, onde todas as forças vivas da Nação farão ouvir sua voz.


1) Publicado originalmente em “O Integralista” – Rio de Janeiro – Ano I – Nº 01 – Maio de 1989 – p. 4.
2) Referia-me ao Século XIX.

domingo, 20 de maio de 2012

JUSTIÇA


Sérgio de Vasconcellos.

Não é à toa que o Brasil é a terra dos bacharéis em Direito. Nosso Povo está fortemente impregnado de uma mentalidade jurisdicista.
Assim, é muito comum o neófito em Integralismo, escandalizado com as barbaridades, as calúnias, as inverdades que se dizem sobre o Integralismo, clamar que os deturpadores da Doutrina e História Integralistas sejam levados à barra dos tribunais, e ficam mais surpresos pela ‘indiferença’ nossa, dos mais antigos, diante das injúrias assacadas contra o Sigma. Há trinta anos quando ingressei no Movimento Integralista também ficava indignado com a mentirada sobre o Integralismo.
O Integralismo vem sofrendo uma sistemática campanha de difamação, desde 1934, quando o valoroso Gustavo Barroso, denunciou, em seu livro “Brasil, Colônia de Banqueiros”, a nossa escravização ao Capitalismo Financeiro Internacional.
De fato, os Integralistas mais experientes não cogitam de processar ninguém. É bem verdade que, pelo menos umas duas vezes estivemos perto de fazê-lo: Quando um ‘brasilianista’ – corja de pseudo-intelectuais paga por fundações estadunidenses para difamar o Brasil – caluniou o nosso Chefe, foi levantada uma vasta documentação histórica, como prova em processos que seriam constituídos contra ele, aqui e nos Estados Unidos, porém, não foi levada adiante a iniciativa; também quando um péssimo grupo de rock ‘nacional’ incluiu o nome do nosso Fundador de forma pejorativa numa de suas letras – se é que se pode chamar aquele lixo de letra -, também se cogitou de levar aqueles pobres coitados à justiça, e dessa vez também desistimos. E, perguntarão alguns, por que, se tinham provas esmagadoras? Exatamente porque seguimos o Chefe Nacional Plínio Salgado e ele orientou-nos da seguinte forma: Uma Ideia só se combate com outra Ideia. Contra a mentira, não os tribunais, mas, a verdade cristalina e pura.
Outrossim, apesar de acreditarmos na Justiça Brasileira, na honorabilidade e inteligência dos nossos Juízes – e o Integralismo é a prova viva disso, pois, temos uma vitoriosa Jurisprudência firmada nos Tribunais-, existem Juízes e Juízes... Imagine, só para exemplificar, que fossemos processar um dos detratores do Integralismo e caíssemos nas mãos de um Juiz nazistóide, ou de um liberal, de um maçon ou de um esquerdista, seria um julgamento isento, à luz das provas? Provavelmente, perderíamos a Causa. Como se diz popularmente seria pior a emenda que o soneto... Então, por uma questão de cautela e bom senso, apelar para a Justiça só em última instância...
Também os novos aderentes ao Sigma desejariam processar os “neoIntegralistas” e pseudo-Integralistas, pelas deturpações que fazem no Pensamento de Plínio Salgado. Ora, pelos mesmos motivos do parágrafo precedente isso seria pouco prudente, com a agravante de colocarmos nas mãos de não Integralistas a definição do que é ou não o verdadeiro Integralismo.
O Integralismo está perfeitamente definido nas Obras do Chefe Nacional Plínio Salgado e demais Teóricos Integralistas. Infelizmente, muitos não se dão ao trabalho de ler, de estudar a Doutrina e saem por aí falando besteiras em nome do Integralismo, fundando núcleos, etc. O problema, portanto, não é de definição, mas, de ignorância ou má-fé, e não caso de Justiça.
Outra obsessão dos novos Integralistas: Os Estatutos. Na criação de uma nova organização Integralista – ou não -, nem bem se definiram os objetivos da novel entidade e já se ouve a palavra fatídica, os Estatutos, e perde-se um tempo enorme se discutindo uma mera formalidade legal!
Ao longo de minha existência, participei da fundação e respectiva feitura de Estatutos de várias dezenas de entidades, Integralistas ou não. Estatutos não servem para coisa alguma, só garantem que uma organização está legalizada e estabelecem regras sobre filiação, eleições, etc., sendo que grande parte das disposições estatutárias é exigida pelo Código Civil e outras Leis, que não sendo obedecidos, não se registra no Cartório das Pessoas Jurídicas, uma verdadeira camisa-de-força legal, sem falar no advogado e demais custos... Há muito que me libertei da mania jurisdicista tão característica de nós Brasileiros e sonho o dia em que todo este entulho legal seja jogado numa Cloaca Máxima e substituído por uma Legislação Inteligente. O que acontece comumente no Brasil é que meia dúzia de gatos pingados se reúne, funda alguma coisa e corre para o Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Resultado, existem milhões de associações, sociedades, clubes, etc. que só existem no papel, não foram adiante. Em teoria, com a necessidade de se ajustar os Estatutos ao novo Código Civil, uma quantidade imensa delas deveria caducar, pois, tais organizações não existem de fato.
Mesmo que o Estatuto contenha uma súmula da nossa Doutrina, ainda assim não será através dele que alguém vai aprender o que é o Integralismo. Se alguém desejar saber o que é o Integralismo, deve informar-se não em Estatutos, que retratam uma realidade organizativa provisória, mas na própria Doutrina, isto é, consultando as Obras de Plínio Salgado, Gustavo Barroso, M. Reale, Tasso da Silveira, Olbiano de Mello, Custódio Viveiros, Osvaldo Gouvêa, J. Venceslau Jr., Victor Pujol, Ferdinando Martino Filho, etc. O que realmente importa é a Doutrina Integralista.
O Estatuto é apenas uma formalidade legal necessária para se abrir conta em Banco, alugar ou adquirir bens móveis e imóveis para o Movimento, etc., e olhe lá. Hoje, no Brasil, existem diversas Organizações Integralistas, devidamente registradas. Nenhuma delas tem o monopólio do Integralismo, que, enquanto Doutrina, precede e inspira a criação de tais organizações sigmáticas, e, o mais importante, não é saber se estão registradas em Cartório, e sim a qualidade da adesão ao Integralismo, e aí reside a imbatível superioridade da Frente Integralista Brasileira, que não é apenas a maior quantitativamente, mas, também, aquela que mantém uma fidelidade inquebrantável ao genuíno Pensamento do Chefe Nacional Plínio Salgado.

domingo, 13 de maio de 2012

Contextualização da Literatura Integralista


Sérgio de Vasconcellos

No seu famoso discurso de Despedida do Parlamento, Plínio Salgado, reconheceu que sua Obra estava esparsa e desconexa e urgia sistematizá-la(1). De fato, tendo o Movimento Integralista, desde a sua Fundação em 1932, se lançado na luta pela emancipação material, intelectual e moral do Povo Brasileiro, a exposição sistemática de nossa Doutrina ficou prejudicada. No entanto, o Integralismo é um genuíno e completo Sistema Filosófico, apesar de aos olhos de muitos aparecer apenas como uma mera ideologia política, o que está longe de ser verdadeiro.
Toda a Literatura Integralista, infelizmente, ressente-se de uma ambivalência, isto é, a exposição Doutrinária vem sempre acompanhada de elementos práticos e programáticos, ditados pelas circunstâncias históricas, ou, em outras palavras, toda Obra Integralista tem, simultaneamente, uma parte essencial e imutável – a Doutrina Integralista propriamente dita -, e outra acidental, resultante da interação da Doutrina do Integralismo com a ambiência, com a conjuntura nacional e internacional, enfim, é inalterável no seu sentido estritamente teórico e mutável e modificável no restante.
Consequentemente, toda Obra Integralista deve ser tida como uma síntese provisória e incompleta da Doutrina Integralista, e cujo conteúdo foi em grande parte determinado por circunstâncias supervenientes e pelas necessidades políticas do nosso Movimento.
Acrescente-se ainda outra dificuldade: A Literatura Integralista via de regra aborda temas inusuais, ou, quando trata de assuntos da ordem do dia, a abordagem é sempre por um ângulo diferente daquele proposto pelos ideólogos burgueses (liberais e marxistas). Ora, como a maioria dos Brasileiros só sabe aquilo que a mídia burguesa difunde, isto significa que nada sabe da Verdade, não tendo autonomia, num primeiro momento, para entender o Integralismo.
Assim, quando um não Integralista ou mesmo um neófito Integralista se aproximar da nossa Literatura  deverá  ter em mente que:
1º O Integralismo é uma Doutrina autenticamente Revolucionária, totalmente diferente de tudo aquilo que conhece ou supõe conhecer.
2º Em  qualquer Livro ou Texto Integralista, paralelamente a exposição Doutrinária, de valor permanente, existe uma parte transitória, valida tão somente para o período em que foi proposta, e que para nós tem um valor histórico e, é claro, como exemplo do emprego do Método Integralista para a solução de problemas nacionais e internacionais.
Portanto, não distinguir – por ignorância, má-fé ou parcialidade ideológica -  o que é perene do que é perecedouro na Literatura Integralista é a matriz de todos os erros no entendimento e interpretação da Doutrina do Integralismo.  Ontem ou hoje, a nossa Doutrina está sempre inserida em determinado contexto, e ignorar tal fato só pode gerar incompreensão, histórica e doutrinária. Fique claro que não estou relativizando a Doutrina Integralista, pelo contrário, a exata contextualização da Literatura Integralista previne contra qualquer relativismo doutrinário. O relativismo, em qualquer feição que assuma, é a antítese do Integralismo.  Enfim, por incompatível com a própria noção de Integralismo, deve-se evitar a unilateralização no estudo de nossa Doutrina, pois, a despeito das deficiências expositivas, ou apreendemos o Integralismo como um Sistema Filosófico completo ou nada entenderemos do que realmente é o Sigma.


1) SALGADO, Plínio. Despedida do Parlamento. Brasília: Câmara dos Deputados, 1976; p. 3. Lamentavelmente, o Chefe Nacional não atingiu tal desiderato.  Uma exposição sistematizada do Integralismo, portanto, ainda, está por ser feita. O Companheiro Gumercindo Rocha Dorea, um dos mais autorizados conhecedores do Integralismo, acalenta o projeto de elaborar a “Súmula Integralista”, justamente para preencher tal lacuna.

domingo, 18 de março de 2012

INTEGRALISMO

Sérgio de Vasconcellos*

O âmbito do Integralismo é vasto. Ao contrário do que se pensa comumente - de que o Integralismo é apenas uma doutrina política e um movimento unicamente político-partidário -, o Integralismo é uma Filosofia, a partir da qual, graças ao Método Integralista, foram estabelecidas Novas e Revolucionárias Concepções nos campos da Política, da Sociologia, da Economia, da Educação, do Direito, da História, da Literatura, etc. Ao  Criador do Integralismo, Plínio Salgado, não bastava compreender o Mundo  tal qual é, era preciso ir além, interferindo na marcha dos acontecimentos, transformando a realidade, para benefício de todos os Povos. Portanto, no Integralismo, “ser” e “dever ser” são indissociáveis. Eis porque, o Integralismo, tem esta vinculação à Política. Plínio Salgado não permitiu que sua genial criação Filosófica permanecesse encastoada numa Torre de Marfim, em que nefelibatas, fugindo à realidade, ficassem tecendo abstracionismos.

* O Autor é Secretário Nacional de Doutrina e de Estudos da  Frente Integralista Brasileira - FIB.
Publicado originalmente no “Bandeira do Sigma”.