sábado, 27 de dezembro de 2014

Chega de Politicagem!

Sérgio de Vasconcellos

Companheiros.

Serenadas as paixões políticas suscitadas pelas últimas Eleições, ao menos em parte... , permito-me levar a consideração de todos uma constatação pouco agradável.

Nunca foi tão evidente a veracidade daquele velho Axioma Integralista: Os partidos políticos dividem a Nação. E assinalo para algum eventual leitor não Integralista, que não vai em tal máxima qualquer condenação à Democracia, pelo contrário, nós, Integralistas, somos visceralmente democráticos, apenas sustentamos uma nova forma de representatividade, que não trará a Nação em sobressaltos, isto é, uma representação que parta das categorias econômicas, culturais e morais da Nação, e que designamos por “Democracia Orgânica”.

Mas voltemos ao ponto: Assistimos Brasileiros se digladiarem de forma brutal, particularmente no 2º Turno. E para quê? Para nada! Agora, o que me surpreendeu foi que Integralistas se deixaram contaminar por essa histeria coletiva. Que a maior parte da população, que é massa de manobra, se deixasse conduzir pelos meios de comunicação, controlados pelo Banqueirismo, era de se esperar, mas, que os Camisas Verdes, que deviam ser a parcela consciente do Eleitorado se deixassem dominar pela passionalidade e discutissem entre si por causa de candidatos burgueses de direita e esquerda (todos são burgueses) é chocante!

Não podemos de forma alguma permitir que este espírito divisionário penetre em nosso Movimento. Integralismo é soma, união. É intolerável que os Soldados de Deus e da Pátria se desentendam por causa de políticos burgueses. Que os laços de Companheirismo fiquem estremecidos por conta de uma simples Eleição é o que não pode tornar a acontecer.

Companheiros. O populacho ignorante e os carreiristas dos partidos reduzem a Política às campanhas eleitorais. Tal estreiteza de vistas não é compartilhada pelo Integralismo, razão pela qual devem os Integralistas tratar os pleitos burgueses pelo que são: Um espetáculo que dá a ilusão ao Povo de que é soberano e livre, quando quem governa de fato é Capitalismo Financeiro Internacional.  

Vamos nos dedicar à Revolução Integralista e deixar essa politicagem sórdida para os que se locupletam e os tolos.


Anauê!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A direita e a esquerda são cúmplices na campanha contra as Forças Armadas.

Um dos "drones" (aviões não tripulados) que o Brasil comprou de Israel.

Sérgio de Vasconcellos

Parece-me indiscutível que as FFAA, principalmente depois da reeleição da presidente Dilma, estão sofrendo uma devastadora campanha de difamação. O que não parece tão evidente é que esta campanha de desinformação parte tanto da esquerda, quanto da direita. Eis algumas das mentiras propaladas pela Imprensa e pelas Redes Sociais:

1)    Que as FFAA estão sucateadas e que não tem munição para um mês.
2)    Que por conta deste sucateamento, até a Venezuela está mais bem equipada militarmente e pode invadir o Brasil a qualquer hora.
3)    Que os Militares de hoje são diferentes dos de 1964; que os Generais estão todos comprados ou são mesmo comunistas.
4)    Que o Regime imposto à Nação em 1964 era uma Ditadura Militar sanguinária e torturadora, inclusive, tendo torturado os que hoje estão no Poder e que só lutavam pela Democracia, enquanto os Militares eram subservientes aos interesses dos Estados Unidos.

Creio que todos já ouviram ou leram tais absurdos.

Mas, o abandono das Forças Armadas não é verdade? Um General numa Carta Aberta  não admitiu mesmo o sucateamento e a iminência de uma invasão da Venezuela e a derrota do Brasil? Sim, o tal General disse essas sandices, mas, trata-se de um General de Pijama, que perdeu o bonde da História e o melhor que tal Militar poderia fazer é pegar um Terço e ir rezar, para ver se consegue salvar a sua Alma, pois, o corpo já está perdido...

Sucateamento? Então vejamos a suposta sucata:

1)    O Brasil firmou parceria com a África do Sul para a produção do Míssil A-Darter, e a nossa parte nos custos não ficará em menos de 50 milhões de dólares.
2)    O Porta-Aviões São Paulo será modernizado, por um custo não inferior a 1(um) bilhão de Reais.
3)    O Brasil, através da EMBRAER, desenvolveu um moderno avião de transporte, o KC-390, cujas primeiras 28 unidades serão entregues até 2016, tudo (desenvolvimento do projeto e entrega das primeiras aeronaves) por um custo pouco superior a 12 bilhões de Reais.
4)    O Brasil comprou por cerca de 13 bilhões de Reais 28 caça suecos Gripen-NG, se associando ao seu desenvolvimento e fabricação futura no Brasil, através da EMBRAER.
5)    A nossa Marinha de Guerra está instalando um Núcleo da Missão Naval em São Tomé e Príncipe, como primeiro passo para um Acordo de Defesa entre o Brasil e aquela Nação. O Brasil já até doou uma Lancha para a Guarda Costeira são-tomense... Nunca é demais frisar a importância desse Arquipélago para a Projeção Geopolítica do Brasil, ainda mais agora que a China comunista ameaça instalar uma Base Naval na Namíbia. Não estou a par dos custos, mas, seja quanto for, é dinheiro bem aplicado.
6)    O Brasil assinou acordo com a França para a construção de Cinco submarinos, quatro convencionais e um com propulsão nuclear. Tudo (desenvolvimento, instalações necessárias, os submarinos propriamente ditos, etc.), não custará menos de 23 bilhões de Reais.
7)    R$6.000.000.000,00 (Seis Bilhões de Reais) é o valor pago por mais de 2000 unidades do Blindado Guarani, e cuja centésima viatura entregue ao Exército Brasileiro foi até objeto de Cerimônia pública, recentemente.

Poderia prosseguir na enumeração, mas, creio que os exemplos pescados ao acaso no Noticiário são suficientes para me permitir argumentar:
Após anos e anos de um real abandono das nossas Forças Armadas, o atual Governo resolveu investir na nossa Indústria Bélica, incentivando o desenvolvimento de tecnologia própria e fazendo parcerias com Empresas estrangeiras do setor, com isso reequipando as nossas Forças de Terra, Mar e Ar. No entanto, Generais aposentados fazem terrorismo inconsciente(?), junto a direitistas e anticomunistas histéricos, de que só temos munição para um mês...

Segundo os mesmos Generais levaríamos uma surra se fossemos invadidos pela Venezuela. Só pode ser piada. A Venezuela não produz nem sapatos suficientes, o que obriga grande parte da população a andar descalça. Não é porque o Governo venezuelano comprou meia dúzia de equipamentos velhos da Rússia que ele será ameaça para o Brasil. Se o exército venezuelano está tão poderoso, como teimam em dizer esses Generais de asilo, por que Caracas já não ocupou militarmente o Essequibo? Esses Generais reformados com o seu anticomunismo mal direcionado estão prestando um desserviço à Nação com toda essa desinformação.

Que os Militares de hoje não são os mesmos de 1964 é uma constatação. Mas, daí querer tirar qualquer ilação que deponha contra os atuais Militares é forçar demais. Que haja comunistas nas Forças Armadas é perfeitamente admissível, afinal, desde que o comunismo em má hora se infiltrou como um câncer no Brasil, sempre houve presença comunista nas FFAA, e em 1964 não era diferente... Todavia, sustentar que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica estão total e completamente dominados pela ideologia marxista tão somente porque as três Forças recusam-se a intervir na Vida Política Nacional é, não apenas um exagero, mas, uma calúnia odiosa de uma direita raivosa e ressentida, que se recusa a encarar o fato de que estamos no Século XXI e não mais nos anos 50, onde a cada semana a UDN ia bater na Porta dos Quartéis. Os tempos são outros, felizmente.

Agora, também é uma deslavada mentira afirmar que o Regime Militar, que vigorou entre 1964 e  1985, fosse uma Ditadura. Certamente, tal Regime teve, como qualquer outro Regime Político no Mundo, suas qualidades e defeitos. Houve tortura, infelizmente, parece que sim, mas, não de forma institucionalizada como quer fazer crer a ridícula Comissão da Verdade, que vai dia a dia perdendo sua credibilidade junto à opinião pública, apesar do acompanhamento diário com que a imprensa argentário-marxista destaca seus trabalhos. É evidente que esta Comissão é um cala-boca dado aos marxistas, enquanto o Governo vai revitalizando as Forças Armadas.

Antes de encerrar: É possível que algum leitor deva se perguntar por que após tantos anos de abandono das FFAA, e mesmo com “cortes” oficiais no Orçamento da União, o atual Governo resolveu investir pesadamente na Indústria Bélica Nacional e no reequipamento do Exército, Marinha e Aeronáutica? É um fato historicamente concreto que a Indústria Armamentista alavanca a Economia de um País. Mas, será só isso? Um paliativo vigoroso para a crise econômica nacional? Ou saberá o nosso Governo de algo que, nós, os Brasileiros, ignoramos? Que o Brasil é um País de quase infinitos recursos naturais e que por isso atrai a cobiça das Grandes Potências, eu creio ser indiscutível. Recursos minerais ainda sendo superficialmente explorados, apesar de séculos de mineração. Recursos vegetais renováveis impressionantes. E não menos importante, num Mundo que vai ficando sem água potável: A maior Bacia Hidrográfica do Mundo, e, também, o maior Aquífero, o Guarani. E não podemos nos esquecer do Pré-Sal..., e isso para não alongar mais as referências.

O fato é que, enquanto uma direita que não saiu da Guerra Fria e  uma esquerda que pensa estar vivendo ainda nos “dez dias que abalaram o mundo”, ou seja, enquanto uns e outros vivem num Mundo de Ilusões, o Brasil vai sofrendo o cerco das Grandes Potências: Bases estadunidenses na Colômbia e Paraguai; bases inglesas em Ascenção (onde há também outra Base estadunidense) e nas Malvinas; base militar francesa em Monte Kuru, na Guiana; e em breve mais duas bases militares, uma russa na Patagônia e outra chinesa na Namíbia. Se alguém ainda não entendeu, eu serei claro: O Brasil está sendo cercado! Os Cinco Grandes, que venceram a Segunda Guerra Mundial e tem Direito de Veto na nunca suficientemente execrada ONU – China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia – estão preparando as condições objetivas para invadir o Brasil.

Que os Militares saibam que existem Brasileiros Patriotas que não se deixam guiar pelo canto de sereia vindo da direita ou da esquerda, e que estarão ao lado do Brasil e de suas Forças Armadas nos dias angustiosos que se avizinham.

Pelo Bem do Brasil!


Anauê!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Breve resumo sobre a História do Manifesto de Outubro

MANIFESTO DE OUTUBRO

Breve Resumo Histórico
Sérgio de Vasconcellos

Em 24 de Fevereiro de 1932, no Salão Nobre do Jornal “A Razão”, na Rua José Bonifácio, em São Paulo, realiza-se uma reunião de intelectuais paulistas, convocada por Plínio Salgado, com a finalidade de criar uma organização, que partindo do estudo da realidade brasileira, estabelecesse uma orientação política segura, face ao caos que se instalara no País, após a Revolução de 30. Compareceram: Ataliba Nogueira, Cândido Motta Filho, Mário Graciotti, José de Almeida Camargo, Alpinolo Lopes Casale, José Maria Machado, Francisco Stela, Gabriel Vendomi de Barros, João Leães Sobrinho, Mário Zaroni, Fernando Callage, Iracy Igayara, Carvalho Pinto, Sebastião Pagano, Arlindo Veiga dos Santos, João de Oliveira Filho, James Alvim, Fausto Campos, Eduardo Rossi, Dutra da Silva e outros. Aprovada a criação da entidade pelos presentes, Plínio Salgado marcou para 12 de Março, a assembleia de fundação. Enquanto este pequeno  e  seleto   grupo  tomava  uma   decisão da qual brotaria o maior movimento de massas do Brasil republicano, a Ação Integralista Brasileira, naquele mesmo dia, um gigantesco comício, na Praça da Sé, com perto de 50 mil pessoas, organizado pela Liga Pró-Constituinte, preludiava à Revolução Constitucionalista.

             No dia 12 de Março de 1932, no Salão de Armas do Clube Português, de São Paulo, obtido graças à intervenção de Eurico Guedes de Araújo, ocorre a Assembleia de Fundação da Sociedade de Estudos Políticos – S.E.P. Mais de uma centena de pessoas compareceram: Alfredo Buzaid, Antonio de Toledo Piza, Rui de Arruda, Pimenta de Castro, Ângelo Simões de Arruda, Roland Corbisier Cavalcanti de Albuquerque, Francisco de Almeida Prado, Ernâni da Silva Bruno, Lauro Escorel, Almeida Salles, Rui Ferreira dos Santos, Waldir da Silva Prado, Luis Saia, os irmãos Ignácio e Goffredo da Silva Telles, Azib Buzaide e muitos outros. Plínio Salgado, Ex-deputado Estadual pelo Partido Republicano Paulista, jornalista profissional e romancista consagrado, assume a Presidência e abre a sessão com um discurso, do qual destaco a seguinte passagem:
             “Senhores, por toda a parte ouço a palavra revolução; de todos os lados nos chegam os écos de ingentes reclamos que, em meio à confusão dominante no País desde Outubro de 1930, apelam para o ‘espírito revolucionário’. Na verdade, tudo indica que o Brasil quer renovar-se, quer tomar posse de si mesmo, quer marchar resolutamente na História. Clama-se por justiça social e por uma mais humana distribuição dos bens; exige-se do Estado que intervenha, com poderes mais amplos, tendentes a moderar os excessos do individualismo e a atender aos interesses da coletividade. Neste momento, congrego-vos para estudarmos os problemas nacionais e traçarmos em conseqüência destes estudos, os rumos definitivos de uma política salvadora. No entanto, quero frisar, com a maior veemência, que procede das profundas convicções espiritualistas inspiradoras do meu pensamento e da minha ação, o seguinte: fala-se de revolução, pedem-se revoluções; pois bem: façamos as que forem necessárias à justiça humana e à saúde da Pátria, mas não nos esqueçamos um instante sequer dos intangíveis direitos da pessoa humana. Peço-vos, senhores, que havendo de reformar, de modificar, de revolucionar, tudo façais se assim vos ditar vossa consciência; mas por favor, meus amigos, não toquemos no Homem. O Homem é livre, Deus o fez livre e responsável, e o seu maior tesouro é a sua liberdade, a intangível expressão da sua própria consciência, o caráter que imprime ao que faz e ao que possui, o escudo com que se defende do arbítrio do Estado e da Coletividade e é constituído pelo grupos naturais em que se integra. Assim, repito-vos: não toquemos no Homem e na sua Liberdade”.

             Em seguida, Plínio Salgado, apresentou os nove princípios básicos que norteariam os estudos e ações da S.E.P., que são:
            “- Somos pela unidade da Nação.
            “- Somos pela expressão de todas as suas forças produtoras no Estado.
         “- Somos pela implantação do princípio da autoridade, desde que ele traduza forças reais e diretas dos agentes da produção material, intelectual e da expressão moral do nosso povo.
            “- Somos pela consulta das tradições históricas e das circunstâncias geográficas, climatéricas e econômicas que distinguem nosso país.
            “- Somos por um programa de coordenação de todas as classes produtoras.
            “- Somos por um ideal de justiça humana, que realize o máximo de aproveitamento dos meios de produção, em benefício de todos, sem atentar contra o princípio da propriedade, ferido tanto pelo socialismo, como pelo democratismo, nas expressões que aquele dá à coletividade e este ao indivíduo.
             “- Somos contrários a toda tirania exercida pelo Estado contra o Indivíduo e as suas projeções morais; somos contra a tirania dos Indivíduos contra a ação do Estado e os superiores interesses da Nação.

             “- Somos contrários a todas  as doutrinas que pretendem criar privilégios de raças, de classes, de indivíduos, grupos financeiros ou partidários, mantenedores de oligarquias econômicas ou políticas.
             “- Somos pela afirmação do pensamento político brasileiro baseado nas realidades da terra, nas circunstâncias do mundo contemporâneo, nas superiores finalidades do Homem e no aproveitamento das conquistas científicas e técnicas do nosso século.”
            Tais Princípios Básicos foram aprovados pela unanimidade dos presentes.

            A S.E.P. passa a funcionar regularmente na mencionada Sala de Armas do Clube Português de São Paulo (na Av. São João, esquina com Anhangabaú, hoje, Av. Prestes Maia), que fora emprestada para tal fim, por intermediação de José Maria Machado. Imediatamente, Plínio Salgado cria uma série de comissões e subcomissões de estudos, indicando seus membros de acordo com as vocações pessoais. As comissões reuniam-se diariamente e, duas ou três vezes por semana, realizavam-se sessões plenárias.

             Na Assembleia de 06 de Maio de 1932, diante dos excelentes resultados das comissões, Plínio Salgado propõe a criação de uma seção, que teria a finalidade de difundir, em linguagem simples, as novas Ideias, buscando criar uma consciência popular. Eis um trecho da Ata:
             “Expondo em rápidas palavras a grave situação que o país atravessa, o sr. presidente propôs que se organizasse, subordinada e paralela à S.E.P., uma campanha de ação prática, no sentido de se infiltrar em todas as classes sociais o programa político as S.E.P., decorrente de seus princípios fundamentais. Essa campanha seria denominada ‘Ação Integralista Brasileira’. Essa proposta foi unanimemente aprovada.”

            Mas, Plínio Salgado vai mais longe e propõe a elaboração de um Manifesto, o que também é aprovado, nomeando-se uma comissão para a sua redação, assim constituída: Motta Filho, Almeida Camargo, Ataliba Nogueira e Plínio Salgado, que foi designado Relator.

Enquanto  a  S.E.P.  prosseguia   no seu trabalho eminentemente  construtivo, paralelamente,   a insatisfação   dos  paulistas  com  o novo regime, aumentava  dia  a  dia. Tudo  indicava  que  Vargas pretendia  manter  o     chamado  ‘Governo Discricionário’, indefinidamente...

Em   23   de  Maio  de  1932,   à  noite,  o descontentamento   popular   atingiu   o    auge,  uma multidão   dirige-se    à  sede  do  Jornal   “A  Razão”, empastelando-o;    então,    ainda  não   saciada   de destruição,    a    massa    dirige-se para    a    Legião Revolucionária   de  São   Paulo,  tentando  invadir  e incendiar   sua  sede,    começa  uma batalha de rua,  tornada     mais    brutal   com   a   chegada  da  força  pública.     Terminado,  na  madrugada,  o  conflito,  o resultado fora, centenas de feridos e quatro estudantes mortos: Mário Martins de Almeida, Euclydes Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antonio Américo de Camargo Andrade. Das iniciais dos nomes destes quatro jovens sacrificados, formou-se aquela sigla simbólica célebre – MMDC -, que viria a ser utilizada pelos revolucionários paulistas.

Do incêndio ateado no “A Razão” – que era dirigido por Plínio Salgado -, escaparam, milagrosamente incólumes, uma mesa e uma estante, justamente as que abrigavam os fichários e arquivos da S.E.P. e da Ação Integralista Brasileira. Podendo, assim, Plínio Salgado continuar sua obra de arregimentação das novas inteligências brasileiras.

Em Junho, a S.E.P. fez duas reuniões. Na primeira, Plínio Salgado leu o anteprojeto do Manifesto, que elaborara, em fins de Maio. Cópias datilografadas foram distribuídas a todos os associados, para que lessem e trouxessem na próxima reunião, suas propostas de melhoria do texto, acréscimos, emendas, etc. No segundo encontro daquele mês, o Manifesto de Outubro foi aprovado, quase sem modificações. A intenção era lançá-lo imediatamente, mas, Motta Filho e Almeida Camargo, insistiram que a publicação fosse adiada, pois, o momento não era oportuno, a revolução era iminente.

De fato, em 09 de Julho, inicia-se a Revolução Constitucionalista. Todas as reuniões da S.E.P. foram suspensas. Naquela ocasião, Plínio Salgado, reunido com um pequeno grupo, declarou:
“Que cada um cumpra o seu dever neste momento em que o Estado de São Paulo se encontra em armas: eu guardarei este documento para, quando terminar este trágico episódio da nossa História, vir com ele, porque talvez seja um  instrumento de salvação.”

Em 03 de Outubro de 1932, terminava a Revolução Paulista. Um grupo – Eurico Guedes de Araújo, Iracy Igayara, Alpinolo Lopes Casale, Antonio de Toledo Piza, Manoel Pinto da Silva, Lauro Pedroso -, que naqueles conturbados dias, frequentava a casa de Plínio Salgado, findo o conflito, concordara que era a hora de imprimir o Manifesto. Lauro Pedroso encarregou-se de mandá-lo para a gráfica, mas, não tinha como pagar a impressão... Então, Plínio Salgado. Iracy Igayara, Eurico Guedes da Fontoura e Alpinolo Lopes Casale, quotizaram-se, levantando 200$, e propondo pagar o restante a prestações, a tipografia aceitou e entregou os Manifestos na tarde de 06 de Outubro.

No dia seguinte, 07 de Outubro de 1932, à tarde e a noite, às escondidas numa sala da Secretaria de Segurança Pública, na mesa de trabalho de Eurico Guedes de Araújo, Plínio Salgado endereçou pessoalmente centenas de envelopes, nos quais o Manifesto seria remetido a todo o País, a distribuição na própria cidade de São Paulo foi feita por membros da S.E.P. Eis a razão pela qual, o documento de fundação do Integralismo, redigido em Maio, aprovado em Junho, veio a chamar-se “Manifesto de Outubro”.

domingo, 6 de abril de 2014

A Manipulação da História

Sérgio de Vasconcellos

O Movimento Integralista têm atraído muitos jovens as suas fileiras. Jovens ainda estudando e que, principalmente no chamado Ensino Médio, se defrontam com professores de história que foram (de)formados nas Faculdades de História, que são fábricas de marxistas. Ora, para tais professores o Integralismo é sinônimo de nazismo, fascismo ou comunismo (este último só é sustentando por aqueles que não se deixaram embair pelo canto da sereia marxista, mas, ficaram encantados pela melodia do Flautista de Hamelin...), e, tais Jovens ficam embaraçados, pois, mesmo sabendo pelo que ouvem em nossas reuniões ou leem nas nossas publicações que o Integralismo não é fascista, nazista e muito menos comunista, um professor é um professor, e deve saber do que está falando, o que cria uma situação de conflito interior, sem falar nas gozações de que acaba sendo alvo àquele que sai em defesa do Sigma em Sala de Aula.

Pois bem, venho aqui tranquilizar tais Jovens Companheiros: O Integralismo não é fascismo, não é comunismo, não é nazismo. E para comprovar que os que afirmam o contrário são mentirosos ou ignorantes transcrevo abaixo o que disse o nosso Chefe Plínio Salgado naqueles já distantes anos 20 e 30:

“Literatura e Política” (1927):
Aparecem duas tisanas para as doenças da Europa: O comunismo e o fascismo, ambos materialistas, decretam a falência das democracias. Por eles, ou triunfa o imperialismo econômico, baseado no nacionalismo, no fascismo, na ditadura militar, ou vence o imperialismo político da III Internacional.
Será este o dilema para os jovens povos da América?

“Manifesto da Legião Revolucionária de São Paulo” (1931):
Desde a monarquia temos vivido sob a preocupação de impor ao nosso País sistemas políticos estrangeiros...
Assim, não devemos transplantar para o Brasil nem o fascismo nem outros sistemas exóticos.

“Despertemos a Nação!” (1935):
O problema brasileiro é muito mais difícil do que os da Rússia, da Itália e da Alemanha. Os modelos de Lênin, de Mussolini e de Hitler, suas estratégias, seus processos, não valem nada no caso do Brasil.

“Palavra Nova dos Tempos Novos” (1936):
Somos a única coisa séria, impressionante, no Brasil, de hoje, porque somos A REVOLUÇÃO. Temos uma significação muito mais profunda que o “fascismo”, o “hitlerismo”, o “comunismo”, porque somos a consciência de uma época, porque nos libertamos dos velhos preconceitos, porque operamos ao mesmo tempo uma revolução objetiva, de recrutamento de massas humanas, e uma revolução do pensamento e das consciências.
E ainda do mesmo Livro, mais dois trechos:
O Homem no Estatismo Racista ou Imperialista, estandardiza-se, uniformiza-se nos movimentos de um todo que é a finalidade inumana do Estado.
Não pretendemos uma ditadura, só os povos bárbaros permitem ditaduras.

E poderíamos aumentar e MUITO as citações que comprovam a falácia das acusações de tais professores. E por que estas e outras passagens não são mencionadas nas Salas de Aula e nos péssimos Livros Didáticos? Evidentemente há uma perversa intenção em prover nossos Jovens de uma educação deficiente (e não apenas na área da disciplina histórica, infelizmente), impedindo-os de formar uma opinião própria e autônoma sobre o Integralismo, como de resto sobre todas as grandes questões nacionais. A finalidade desta deseducação é formar toda uma geração de bitolados, incapazes de juízos independentes.

Portanto, Jovem Companheiro, aqueles seus colegas de turma que riram de você, quando defendeu o Integralismo (e a Verdade estava contigo e não com o seu professor), não devem ser objeto de raiva ou ódio, pois, ao contrário de você, são manipulados, e dignos de pena. E quanto aos seus professores, ninguém dá o que não possui, isto é, sendo ignorantes, não podem transmitir qualquer forma de conhecimento válida. Não perca o seu tempo em bate-bocas com professores boçais e colegas imbecilizados. Estude e torne-se o que uns e outros talvez jamais serão, um Homem Superior, perfeitamente consciente de seus Direitos e Deveres para com Deus, a Pátria e a Família.

Pelo bem do Brasil!

Anauê!


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Convergência Nacional.

Sérgio de Vasconcellos

Cento e setenta anos de independência política e, no entanto, cada vez menos soberana, cada vez mais escravizada a interesses alienígenas e antinacionais, eis o quadro aterrador de nossa Pátria.

O Capitalismo – na sua dúplice forma, o Capitalismo Privado e o Capitalismo de Estado (Marxismo), ambos materialistas, totalitários e imperialistas -, prepara o assalto final ao Brasil.

Tudo conspira contra a integridade da Nação Brasileira; em todos os setores da vida nacional – no moral, no econômico, no político, no financeiro, no administrativo, no cultural, no militar, etc. –, vamos nos deixando conquistar e colonizar.

Lentamente o Povo Brasileiro está sendo desfibrado e desvirilizado, sem ter consciência do crime de que está sendo vítima.

Não existe autêntica soberania política, se não houver soberania econômica, e sem estas, a própria unidade nacional, isto é, a existência do Brasil como o conhecemos hoje, está necessariamente ameaçada.

Nós não temos um governo nacional, porque isto que aí está, e assim se denomina, serve unicamente aos interesses políticos e econômicos do Capitalismo Internacional.

Arrancar o Povo Brasileiro da miséria em que se encontra e erguê-lo material, intelectual e moralmente, só será possível através de uma união inquebrantável e indissolúvel de todos os que rejeitam ao Capitalismo e seu cortejo de iniquidades.

Esta união inédita, nós a realizamos no Integralismo, e convocamos todos os brasileiros a cerrarem fileiras conosco para a Grande Batalha que será a Revolução Nacional.


(Originalmente publicado em “A Voz do Oeste” – Lins –Ano III – Novembro de 1992 – Nº29 – pág. 2.)