Sérgio de
Vasconcellos
Muitos
jovens aproximam-se do Movimento Integralista com uma ideia bastante equivocada
a nosso respeito. É comum ouvir perguntas do gênero: “Onde compro uma bandeira?”,
“onde compro uma Camisa?”, quais são os postos da Milícia?”, e outras
indagações igualmente distantes da realidade.
Vou
aqui desfazer confusões e ilusões.
Integralismo
é a Doutrina criada pelo gênio insuperável de Plínio Salgado. O Movimento
Integralista é o conjunto de Brasileiros que foram e são seguidores e
continuadores das Ideias de Plínio Salgado.
Ao
longo das quase nove décadas de História do Movimento Integralista, este se
corporificou em diversas Organizações, desde a Acção Integralista Brasileira - antes
até, pois, a Sociedade de Estudos Políticos é anterior a A.I.B. – até nossos
dias.
Assim,
os que pretendem ingressar no nosso Movimento julgando que estão se filiando,
por exemplo, a antiga A.I.B., estão completamente errados. A Acção Integralista
Brasileira foi fechada ilegalmente pelo facínora Getúlio Vargas, quando da
implantação do totalitário Estado Novo, em 1937 (a A.I.B passou a atuar na
clandestinidade); e, para nós, Integralistas, foi encerrada quando o Chefe
Nacional Plínio Salgado devolveu o Juramento aos Integralistas, no célebre
discurso de 27 de Outubro de 1946, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Aquela
Organização Integralista não existe mais.
Ao
longo de nossa História, inúmeras foram as Organizações Integralistas que
serviram de veículos ao Ideal Integralista: A já citada Acção Integralista
Brasileira, o Sigma Club, a Cruzada Juvenil da Boa Imprensa, o Auxílio às
Famílias Empobrecidas, o Apollo Sport Club, o Instituto Brasileiro de Cultura, o
Guanabara Football Club, o Partido de Representação Popular, os Centros Culturais
e a sua Confederação, a União Operária e Camponesa do Brasil, a Organização dos
Serviços de Imprensa e Propaganda, a Cruzada de Renovação Nacional, a nova Ação
Integralista Brasileira, a Ação Integralista do Brasil, a Ação da Juventude
Integralista, a Casa de Plínio Salgado, o Centro Cultural Plínio Salgado, o
Centro de Estudos Políticos, Tecnológicos e Culturais, o Centro de Estudos e
Debates Integralistas, a Frente Integralista Brasileira, e tantas outras que
não mencionarei para não prolongar exageradamente o texto. Todas as
Organizações que existiram, e as que existem, possuíram, e possuem, seus
Estatutos, Regulamentos, Regimentos Internos, Praxes Institucionais – algumas
com Rituais, uniformes, saudações, etc., e outras, não -, jornais, revistas,
boletins – todos com variada periodicidade -, enfim, cada Organização era e é a
adequação do Movimento à Realidade Brasileira.
Veja
que tal adequação não se refere à Doutrina Integralista, que permanece
invariável, mas, a parte programática e as exterioridades do Movimento. Eis um
exemplo esclarecedor:
O
P.R.P. – Partido de Representação Popular (1945 – 1965), nos seus primórdios
utilizava os termos “populismo” e “populista” como sinônimos de Integralismo e
Integralista, inclusive, em publicações oficiais, mas, tal praxe caiu em desuso
com o tempo; o mesmo P.R.P. não usava o Sigma como Símbolo Oficial, mas, o Sino
de Prata, que foi utilizado por dez anos, de 1945 até 1955, quando numa
Convenção Nacional do Partido de Representação Popular, em Vitória (ES), a
unanimidade dos Convencionais aprovou a adoção do Sigma como Símbolo Oficial do
Partido. Naquela ocasião, o Chefe Nacional levantou-se e perguntou à
assistência: “Vocês sabem o que significa isto?” E de todos os lados
prorromperam: “Sim”, “Sabemos”, e o Chefe então respondeu: “Se sabem, que assim
seja”.
Quanto
à programática basta um exemplo facilmente verificável: A comparação do
Programa da Acção Integralista Brasileira com o do Partido de Representação
Popular.
Insisto:
A adequação do Integralismo à Realidade Nacional ditou as formas institucionais
que o Movimento foi adotando, não existindo, portanto, nenhuma fórmula
organizacional que tenha permanecido fixa ao longo das décadas. Só a Doutrina
permanece a mesma.
Os
que ingressam, por exemplo, na Frente Integralista Brasileira sonhando que vão
fazer parte de uma Milícia, que vão participar daqueles belos e elaborados
rituais da antiga A.I.B., que vão participar de Marchas com milhares de Camisas
Verdes, devem acordar, pois, a FIB não é uma Milícia e jamais o será. Aliás,
Milícia é proibida por Lei e o Integralismo, exceto no Tempo das Catacumbas,
sempre timbrou em atuar dentro da legalidade. A FIB não tem Rituais
propriamente ditos e se vier a tê-los, até pode inspirar-se nos da antiga AIB
ou de outras entidades Integralistas, mas, serão Rituais da Frente Integralista
Brasileira e não de organizações já desaparecidas. A própria FIB adotou
recentemente a Camisa Verde, porém, algo diferente da que se adotava nos anos
30. Mesmo no período da Acção Integralista Brasileira, a Camisa foi
originalmente verde oliva e depois passou a ser verde inglês, o que demonstra
mais uma vez que as Exterioridades podem e devem ser alteradas em função das
circunstancias.
Enfim,
que os Integralistas neófitos se compenetrem que estamos no Século XXI. Manter
a Tradição do nosso Movimento é correto e necessário. Todavia, Tradição não é
saudosismo. O saudosismo é querer marchar para trás, e como isto é impossível,
acaba por conduzir a estagnação e esteriliza a capacidade Revolucionária do
Indivíduo que o adota. O Integralismo é Revolucionário, isto é, uma permanente
mudança de atitude em face dos problemas humanos, nacionais e universais, logo,
incompatível com os devaneios propiciados pelo saudosismo. Não se pode ser
Integralista e saudosista. O saudosista não é verdadeiramente Integralista, é
apenas um Indivíduo que fantasia ser Integralista.
Companheiros,
continuemos nossa Marcha Revolucionária rumo ao Sigma.
O
mesmo Chefe, a mesma Ideia, a mesma Luta.
Pelo
Bem do Brasil!
Anauê!
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