sábado, 10 de julho de 2010

O Erro Neo-Integralista

Sérgio de Vasconcellos

Nos dias que correm, existe uma vasta proliferação de pseudo-Integralismos, que, via de regra, se auto-classificam como “neo-Integralismo”.

Sendo o Integralismo a Doutrina da Revolução Permanente, as adjetivações do gênero “neo-Integralismo”, “nova filosofia Integralista”, etc., são desnecessárias, pois, um Integralismo que não se renovasse continuamente, já não seria um autêntico Integralismo, seria outra coisa com o rótulo “Integralismo”, nada tendo com a Doutrina Revolucionária criada pelo gênio incomparável de Plínio Salgado.

Tenho visto muita gente bem intencionada, fazendo restrições a este ou aquele ponto da Doutrina Integralista e querendo eliminá-los, chamando esse Integralismo amputado de “neo-Integralismo”. Lembro-me bem do caso de um Companheiro, excelente, mas, que rejeitava o conceito de Quarta Humanidade, que, no entanto, é basilar e fruto exclusivo da mente brilhante do Chefe Nacional. E, junto com a Quarta Humanidade, esse Companheiro queria jogar fora mais alguns itens doutrinários - a liberdade, o ecumenismo, etc. - e chamava tal Integralismo torcido e retorcido de neo- Integralismo...

É claro que existe uma tendência oposta, a de querer fossilizar o Integralismo nos anos 30. Quando, em 1959, Plínio Salgado declarou que chegara a conclusão de que os Partidos Políticos também eram Grupos Naturais da Sociedade, causou um choque na Velha-Guarda, que acatou tal concepção por puro espírito de disciplina, mas, preferindo a Democracia Orgânica no velho estilo, sem partidos... Hoje, muitos jovens militantes do movimento, rejeitam a noção de Partidos como Grupos Naturais, argumentando com o Integralismo puro, o dos anos 30... Porém, Plínio Salgado dissera inequivocamente que o seu Pensamento - o Integralismo - estava em permanente clarificação. Portanto, não há base doutrinária para rejeitar-se os Partidos como Grupos Naturais. No entanto, muitos jovens militantes, sem o mesmo espírito de disciplina dos velhos Camisas-Verdes, rejeitam os Partidos, sem ao menos examinar os termos em que Plínio Salgado expôs a questão, atitude inadmissível dentro do princípio de ortodoxia e disciplina Integralistas.

O Integralismo é uma Doutrina definida, escolher ou rejeitar, este ou aquele ponto é apenas manifestação de unilateralismo, incompatível com o Integralismo. Assim, neo- Integralismo ou “páleo-Integralismo”, são aberrações teóricas, e significam, de fato, a recusa do Integralismo como uma totalidade. O Integralismo é, antes de tudo, uma Doutrina, surgida em 1932, mas que veio se clarificando (expressão do Chefe) ao longo das décadas.

Mesmo admitindo-se que alguém empregue a expressão “novo Integralismo” ou coisa parecida, apenas como designativo de uma nova fase da História do Sigma, ainda assim a sua utilização é perigosa, pois, aqueles que estão chegando agora ao Movimento poderiam supor equivocadamente que existe um Integralismo novo diferente do de Plínio Salgado.

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