sábado, 26 de setembro de 2020

DESFAZENDO CONFUSÕES

 


Sérgio de Vasconcellos

Muitos jovens aproximam-se do Movimento Integralista com uma ideia bastante equivocada a nosso respeito. É comum ouvir perguntas do gênero: “Onde compro uma bandeira?”, “onde compro uma Camisa?”, quais são os postos da Milícia?”, e outras indagações igualmente distantes da realidade.

Vou aqui desfazer confusões e ilusões.

Integralismo é a Doutrina criada pelo gênio insuperável de Plínio Salgado. O Movimento Integralista é o conjunto de Brasileiros que foram e são seguidores e continuadores das Ideias de Plínio Salgado.

Ao longo das quase nove décadas de História do Movimento Integralista, este se corporificou em diversas Organizações, desde a Acção Integralista Brasileira - antes até, pois, a Sociedade de Estudos Políticos é anterior a A.I.B. – até nossos dias.

Assim, os que pretendem ingressar no nosso Movimento julgando que estão se filiando, por exemplo, a antiga A.I.B., estão completamente errados. A Acção Integralista Brasileira foi fechada ilegalmente pelo facínora Getúlio Vargas, quando da implantação do totalitário Estado Novo, em 1937 (a A.I.B passou a atuar na clandestinidade); e, para nós, Integralistas, foi encerrada quando o Chefe Nacional Plínio Salgado devolveu o Juramento aos Integralistas, no célebre discurso de 27 de Outubro de 1946, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Aquela Organização Integralista não existe mais.

Ao longo de nossa História, inúmeras foram as Organizações Integralistas que serviram de veículos ao Ideal Integralista: A já citada Acção Integralista Brasileira, o Sigma Club, a Cruzada Juvenil da Boa Imprensa, o Auxílio às Famílias Empobrecidas, o Apollo Sport Club, o Instituto Brasileiro de Cultura, o Guanabara Football Club, o Partido de Representação Popular, os Centros Culturais e a sua Confederação, a União Operária e Camponesa do Brasil, a Organização dos Serviços de Imprensa e Propaganda, a Cruzada de Renovação Nacional, a nova Ação Integralista Brasileira, a Ação Integralista do Brasil, a Ação da Juventude Integralista, a Casa de Plínio Salgado, o Centro Cultural Plínio Salgado, o Centro de Estudos Políticos, Tecnológicos e Culturais, o Centro de Estudos e Debates Integralistas, a Frente Integralista Brasileira, e tantas outras que não mencionarei para não prolongar exageradamente o texto. Todas as Organizações que existiram, e as que existem, possuíram, e possuem, seus Estatutos, Regulamentos, Regimentos Internos, Praxes Institucionais – algumas com Rituais, uniformes, saudações, etc., e outras, não -, jornais, revistas, boletins – todos com variada periodicidade -, enfim, cada Organização era e é a adequação do Movimento à Realidade Brasileira.

Veja que tal adequação não se refere à Doutrina Integralista, que permanece invariável, mas, a parte programática e as exterioridades do Movimento. Eis um exemplo esclarecedor:

O P.R.P. – Partido de Representação Popular (1945 – 1965), nos seus primórdios utilizava os termos “populismo” e “populista” como sinônimos de Integralismo e Integralista, inclusive, em publicações oficiais, mas, tal praxe caiu em desuso com o tempo; o mesmo P.R.P. não usava o Sigma como Símbolo Oficial, mas, o Sino de Prata, que foi utilizado por dez anos, de 1945 até 1955, quando numa Convenção Nacional do Partido de Representação Popular, em Vitória (ES), a unanimidade dos Convencionais aprovou a adoção do Sigma como Símbolo Oficial do Partido. Naquela ocasião, o Chefe Nacional levantou-se e perguntou à assistência: “Vocês sabem o que significa isto?” E de todos os lados prorromperam: “Sim”, “Sabemos”, e o Chefe então respondeu: “Se sabem, que assim seja”.

Quanto à programática basta um exemplo facilmente verificável: A comparação do Programa da Acção Integralista Brasileira com o do Partido de Representação Popular.

Insisto: A adequação do Integralismo à Realidade Nacional ditou as formas institucionais que o Movimento foi adotando, não existindo, portanto, nenhuma fórmula organizacional que tenha permanecido fixa ao longo das décadas. Só a Doutrina permanece a mesma.

Os que ingressam, por exemplo, na Frente Integralista Brasileira sonhando que vão fazer parte de uma Milícia, que vão participar daqueles belos e elaborados rituais da antiga A.I.B., que vão participar de Marchas com milhares de Camisas Verdes, devem acordar, pois, a FIB não é uma Milícia e jamais o será. Aliás, Milícia é proibida por Lei e o Integralismo, exceto no Tempo das Catacumbas, sempre timbrou em atuar dentro da legalidade. A FIB não tem Rituais propriamente ditos e se vier a tê-los, até pode inspirar-se nos da antiga AIB ou de outras entidades Integralistas, mas, serão Rituais da Frente Integralista Brasileira e não de organizações já desaparecidas. A própria FIB adotou recentemente a Camisa Verde, porém, algo diferente da que se adotava nos anos 30. Mesmo no período da Acção Integralista Brasileira, a Camisa foi originalmente verde oliva e depois passou a ser verde inglês, o que demonstra mais uma vez que as Exterioridades podem e devem ser alteradas em função das circunstancias.

Enfim, que os Integralistas neófitos se compenetrem que estamos no Século XXI. Manter a Tradição do nosso Movimento é correto e necessário. Todavia, Tradição não é saudosismo. O saudosismo é querer marchar para trás, e como isto é impossível, acaba por conduzir a estagnação e esteriliza a capacidade Revolucionária do Indivíduo que o adota. O Integralismo é Revolucionário, isto é, uma permanente mudança de atitude em face dos problemas humanos, nacionais e universais, logo, incompatível com os devaneios propiciados pelo saudosismo. Não se pode ser Integralista e saudosista. O saudosista não é verdadeiramente Integralista, é apenas um Indivíduo que fantasia ser Integralista.

Companheiros, continuemos nossa Marcha Revolucionária rumo ao Sigma.

O mesmo Chefe, a mesma Ideia, a mesma Luta.

Pelo Bem do Brasil!

Anauê!

domingo, 19 de julho de 2020

O Integralismo e as Eleições


Sérgio de Vasconcellos
O regime liberal-democrático, ainda formalmente vigente em nosso País, caracteriza-se, entre outros atributos, pela rotatividade no Poder através de eleições periódicas, nas quais os Partidos Políticos disputam representatividade no Poder Legislativo e no Poder Executivo.
Exceto no período do totalitário Estado Novo (1937 – 1945), imposto ao Povo Brasileiro pelo nefando Getúlio Dornelles Vargas, o Integralismo sempre esteve presente em todos os pleitos eleitorais.
Em quase nove décadas de existência, o Movimento Integralista participou de todas as eleições, quer lançando Candidatos Integralistas, quer traçando orientações seguras sobre em quem votar em determinada situação Municipal e Estadual, ou mesmo Nacional, caso não houvesse um Candidato nosso.
O Movimento Integralista é a parcela mais esclarecida da Opinião Pública Brasileira. Cada Integralista ao dirigir-se à Urna Eletrônica tem perfeita consciência que seu Voto não é meramente quantitativo, mas, também e principalmente qualitativo. Todo Integralista sabe que seu Voto é um instrumento precioso. O Voto é como diz o Chefe Nacional Plínio Salgado, a “Arma do Integralista”, de fundamental importância para a nossa Revolução, que é unicamente realizada dentro da ordem legal vigente. Assim, nenhum Integralista pode fazer coro com a campanha anarquista e anarquizadora do Voto Nulo, nem pode furtar-se a exercer o seu Direito de Votar.
Assim, posso afirmar tranquilamente que a primeira obrigação de todo Soldado de Deus e da Pátria é sufragar o nome daquele Companheiro que estiver se candidatando, seja em um nosso Partido, caso ele exista, seja em um dos inúmeros Partidos existentes, que tenha acolhido sua candidatura.
Todavia, como admiti mais acima, pode acontecer que não haja um Candidato Integralista para ser votado, e aí surgem naturalmente as perguntas: Como votar? Em quem votar? Exatamente para responder tais questões que, ao longo das décadas, o Integralismo vem orientando os adeptos do Sigma, sempre de forma firme e clara.
Aqui talvez muitos julgassem oportuno passar em revista os diversos documentos oficiais orientativos, mas, está longe de ser este o meu propósito, deixando tal missão aos Historiadores do Integralismo. O que me proponho é apontar aqueles elementos de nossa Doutrina que podem nos iluminar no momento do voto. Ora, dentro do nosso vasto corpo doutrinário, existem três princípios que são universalmente aplicáveis em todas as Eleições, válidos nas votações municipais, estaduais e até mesmo na esfera nacional (Presidência da República), e vou expô-los nos parágrafos subsequentes.
O Integralismo, como todos os Camisas Verdes o sabem, tem como um de seus alicerces primordiais o “Princípio da Intangibilidade da Pessoa Humana”. Tal intocabilidade é extensiva às Projeções do Homem no espaço, no tempo e na Eternidade, isto é, a Propriedade e os Grupos Naturais (a Família, o Município, o Grupo Profissional, o Grupo Político, o Grupo Cultural, a Nação e a Sociedade Religiosa). O Integralismo não reconhece como legítimo nenhum ato, proceda de onde proceder, que atente contra a integridade física, intelectual e moral da Pessoa Humana e de suas Projeções.
Um Direito Humano absolutamente necessário para que a Intangibilidade seja uma realidade é o DIREITO À VIDA. Assim, o Integralismo defende intransigentemente a Vida desde a Concepção, posicionando-se de forma radical contra o abortamento. O Poder Econômico há décadas vem desenvolvendo um vasto projeto mundial de controle demográfico visando descartar-se de bilhões de seres humanos – já nascidos e por nascer -, que se tornaram desnecessários ao Capitalismo. Desde o simplório mito da “explosão demográfica” até campanhas milionárias pró-aborto justificadas por um suposto direito da mulher de decidir se quer ou não ter aquele filho, sem falar na banalização de perversões sexuais, etc., o liberalismo econômico vai conduzindo esta Humanidade até a imposição de um Estado Totalitário Mundial, ideologicamente “socialista e igualitário”, mas, de fato, conduzido por uns poucos indivíduos e grupos de indivíduos que controlarão a Economia planetária. Diante do exposto, fica claro que o Integralismo não poderia deixar de defender a Liberdade, a autêntica Liberdade Humana em face deste coletivismo totalitário que vem sendo construído paulatinamente, com pertinácia diabólica, desde o século passado.
Consequentemente, aponto aos Integralistas – o primeiro critério de seleção:
Votar naqueles Candidatos que já demonstraram de forma cabal e insofismável que sustentam o Direito à Vida desde a concepção.
Antecipo a objeção dos eternos críticos de plantão, de que tal critério não é universalmente válido como afirmo, porque, por exemplo, ele não se aplica as Eleições Municipais, uma vez que o tema do aborto é da esfera dos Legisladores Federais. Improcedente tal objeção. Todos somos testemunhas da luta pelo Direito à Vida e contra o abortamento que se realiza por todo o País, inclusive ao nível dos executivos e legislativos municipais e estaduais, esferas políticas onde supostamente seria um tema estranho. Quanto à esfera municipal propriamente dita, lembro que um Candidato a Vereador ou Prefeito que já tenha se manifestado favorável ao aborto pode estar no início de uma carreira política e quanto antes seja eleitoralmente derrotado melhor, impedindo-o de causar estragos à República.
O segundo critério de escolha:
Não votar em Candidatos socialistas e comunistas.
Não seriam necessárias maiores explicações para este segundo item, pois é fato mais do que sabido que o Integralismo é anti-comunista, porém, para os que se espantam com tal intransigência explico: O Integralismo filosoficamente parte de uma Concepção Espiritualista do Universo e do Homem. Não sendo um Movimento Religioso, nem Confessional, mesmo assim, o Integralismo afirma a existência de Deus e tem o Ser Supremo como o Fundamento de toda a Ordem Social. Assim, creio que tenha ficado claro que nenhum Integralista poderá apoiar, direta ou indiretamente, o socialismo em todas as suas variações ideológicas. Fica vedado, portanto, aos Integralistas, o voto aos candidatos de “esquerda”. Evidentemente, supostos ou reais não-comunistas e anti-comunistas que tenham manifestado também posições materialistas (ateísmo e agnosticismo), não poderão ser sufragados pelos Integralistas.
Terceiro critério:
Não votar em Candidatos a serviço do capitalismo financeiro internacional.
Ressalto que aqueles Candidatos comprometidos parcial ou totalmente à agenda globalista do capitalismo financeiro internacional, em hipótese alguma poderão ser sufragados pelos Integralistas. O Integralismo é visceralmente contrário ao liberalismo, em todas as formas que possa assumir, com seu amoralismo dissolvente, o seu falso conceito de liberdade, seu individualismo exacerbado que é incompatível com o autêntico Conceito de Pessoa Humana, com a plutocracia se fingindo de Democracia, com seu agnosticismo (a forma mais torpe de materialismo), enfim, com o seu espírito burguês corruptor de todas as Nacionalidades.
Tenho certeza que os critérios apontados são suficientes como orientação aos Integralistas - não importando qual seja a Eleição de que estejam participando -, naquelas situações em que não tenhamos nossos próprios Candidatos.
Pelo Bem do Brasil!
Anauê!