quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Brevíssimos esclarecimentos sobre a Doutrina e História do Integralismo

Integralistas junto com membros do MV-Brasil no final de um "Arrastão Cultural" (Leme, Rio de Janeiro - RJ), em Junho de 2005.
Sérgio de Vasconcellos

1º) O Chefe Nacional Plínio Salgado e os Integralistas jamais apoiaram um suposto projeto de Getúlio Vargas, porque tinham o seu próprio Projeto, explanado em diversos Livros e resumidamente exposto pelo próprio Plínio no famoso Manifesto Programa de 1936. Se, eventualmente, apoiamos esta ou aquela iniciativa do Governo getulista, o fizemos por entender que era bom para o Brasil. Agora mesmo, numa hipótese absurda, se o Governo Dilma tomar uma iniciativa que beneficie a Nação, terá o apoio dos Integralistas para tal iniciativa, apesar do divórcio ideológico que nos separa do PT. Para nós, o Brasil está acima de tudo.

Integralistas junto com outras organizações na "Marcha da Família pela Liberdade" (Copacabana,  Rio de Janeiro - RJ), em Março de 2008.
2º) O Integralismo não é, nunca foi e jamais será de direita. Sobre isso o Chefe foi bastante claro em “Verdades da direita e da esquerda” e “Direitas e esquerdas”. Gustavo Barroso já no seu primeiro Livro Integralista -  O Integralismo em Marcha (1933) - deixa isso também perfeitamente estabelecido: “Na situação a que atingimos, não podemos consentir que o nosso país se incline para a Direita ou para a Esquerda, porque ambas são situações de desequilíbrio, porém devemos força-lo a seguir para a Frente”. Palavras que até soam proféticas para nós que militamos na Frente Integralista Brasileira. Não obstante, estamos abertos ao diálogo e ações conjuntas com quaisquer outras correntes que se reconheçam como patrióticas e nacionalistas, e temos ido às ruas muito antes disso virar moda. Aliás, ao contrário do que muitos supõem, os Integralistas têm participado, em todo o Brasil, das manifestações impedimentistas e intervencionistas. Mas, desde março de 2015, curiosamente, começamos a ser hostilizados, quer nas manifestações impedimentistas, quer nas intervencionistas, parecendo que, de algum lugar, veio uma ordem nesse sentido... As imagens que ilustram este Artigo são uma pequena amostra do registro fotográfico existente, e todas, com exceção da última, anteriores a  2013, isto é, de antes das Jornadas  de Junho de 2013, das quais participamos e sobre as quais eu – “Os Integralistas nas recentes manifestações populares” - e outros Companheiros escrevemos, e que mereceu um belo Artigo do conhecido Pensador Católico, Paulo Le Chevalier, e que pode ser lido aqui. Mais documentação fotográfica pode ser consultada nos seguintes “links”: Frente  Integralista Brasileira - Imagens Atuais, Integralismo!, IntegralismoRio, Grupo Integralista da Guanabara - Pós 1975
 
Integralistas em Festividade Cívica (São Paulo - SP), em Julho de 2008.

3º) Não seguimos a cartilha leninista pela simples razão que somos Integralistas, e seguimos a Cartilha de Plínio Salgado. O Chefe expôs nosso ponto de vista no Artigo “Técnica de Sorel e Técnica de Cristo”, publicado originalmente n'A Offensiva (1935) e enfeixado no Livro "Palavra  Nova dos Tempos Novos" (1936).

4º) O Integralismo não será o braço armado de qualquer revolução. O Integralismo não acredita na violência como arma política. Somos pela Revolução de Ideias. Desde o Manifesto de Outubro de 1932, com o qual Plínio Salgado Fundou o Integralismo, isto está perfeitamente assente. Como a Acção Integralista Brasileira – A.I.B. – teve uma Milícia até 1935, muitos, sem se dar o trabalho de consultar a Literatura Integralista, supõem que pretendíamos ou ainda pretendemos chegar ao Poder da República através de um Golpe. Nada mais distante do Ideário Pliniano. Portanto, o Integralismo não será bucha de canhão para a “direita capitalista”.

Alguns dos Integralistas que participaram da bem sucedida  Panfletagem na Praça Saens Peña (Tijuca, Rio de Janeiro - RJ), em Agosto de 2009.
5º) Enquanto existir um Regime Econômico Capitalista no Brasil,  não cessaremos a luta, pois, somos tão anticapitalistas, quanto anticomunistas.

6º) O Integralismo já ultrapassou a casa dos 83 nos de existência. Nesse período, partidos, correntes, políticos, etc., que nos combateram a ferro e fogo, desapareceram e nós prosseguimos a nossa Jornada em direção à Idade Nova. De nossos adversários ideológicos, só os comunistas subsistiram, mas, de forma melancólica, como caricatura de um ideal revolucionário, que criticávamos, porém, respeitávamos.

Integralistas em Solenidade Cívica (São Paulo - SP), em Setembro de 2010.
7º) O País, na ótica de uma classe média aburguesada e decadente, está em polvorosa. A grande maioria, a massa, ignora essa pretensa convulsão social em vias de acontecer... Perguntamos a esses iludidos pequenos e grandes burgueses: A Revolução vai acontecer? Que Revolução? A da “direita capitalista”? Ora, isso não é Revolução, mas, mera substituição de indivíduos no Poder. Se não houver mudança do Estado, não houve Revolução. Exemplos de Revolução: Revolução Francesa, Revolução Comunista, Revolução Fascista. No Brasil, por exemplo, fala-se em Revolução 1964, nada mais errado, porquanto a “revolução” limitou-se a retirar uma facção do Poder e colocou outra, a sombra das baionetas, o Estado Brasileiro permaneceu o mesmo.

Manifestação em Brasília (DF), com 50.000 pessoas presentes, e onde usou da palavra o conhecido Líder Integralista, Companheiro Paulo Costa, em Junho de 2011.
8º) A Literatura Integralista no referente à Economia tem uma grande falha: Infelizmente, está dispersa pelos Periódicos Integralistas, e os Livros Integralistas voltados para a área são poucos: O de Américo Ribeiro de Araújo (cujo título não me recordo), o de Gustavo Barroso, “Brasil, Colônia de Banqueiros”, o de Affonso de Carvalho, “O Brasil não é dos Brasileiros”. Estes dois últimos voltados mais para denunciar  a nossa situação de espoliados pelo Capitalismo. Ainda temos, Miguel Reale, com sua Obra “O Capitalismo Internacional”, em que faz a crítica ao capitalismo internacional para em seguida expor as bases da Economia Nova, a Economia Integralista. Na Literatura Integralista, da década de 30 aos nossos dias, os nossos diversos Autores dedicam um ou mais Capítulos à questão econômica. Na nossa época virtual, muitos Artigos têm sido publicados a respeito. Todavia, forçoso é reconhecer que uma exposição definitiva da Economia Integralista ainda está por ser feita. Indico aos curiosos que desejam conhecer a profundidade do Pensamento Econômico Integralista a leitura de “Império de Mamon e Império Cristão”, do brilhante Companheiro Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista  brasileira – FIB.

Integralistas presentes na Manifestação em Brasília (DF), Junho de 2011.
9º) Aos bisonhos que teimam em vir nos “ajudar”, e que não sendo Integralistas, querem nos ensinar a nossa Doutrina e orientar a nossa ação, digo que o Integralismo dispensa tal cooperação. Sugiro que estudem mais sobre a História e Doutrina Integralistas. Ressalto que Integralismo só se aprende com Integralistas, e não com esta caterva de comunistas travestidos de historiadores, sociólogos, cientistas políticos, etc.

10º) A atual pouca penetração do nosso Movimento junto às “massas” não se deve a qualquer indigência teórica, simplesmente porque as massas não dão a mínima a teorias políticas ou quaisquer outras, completamente imbecilizadas por décadas de lavagem cerebral feita pelos meios de comunicação, todos pertencentes ao Poder Econômico. A nossa fraca presença junto às “massas” deve-se, entre outros motivos, a nossa falta de recursos materiais, em português claro, dinheiro, para podermos fazer frente à ideologia alienante de liberais e marxistas. Nós, da FIB, não temos financiadores. Por nossa acendrada posição crítica ao capitalismo, os Empresários obviamente não nos dão um centavo. Nossos recursos financeiros saem do bolso dos próprios Camisas Verdes, e como, neste momento, a maioria é de jovens, ainda sem recursos próprios, o dinheiro que dispomos para a difusão das nossas Ideias está muito aquém do que necessitaríamos. Outro motivo é a própria condição de imbecilização coletiva, pois, o que comunicamos, o que dizemos, o que propomos, é tão diferente do que a massa está acostumada a ouvir que é muito difícil convencer. No Prefácio do 2º volume de “Integralismo – Um novo paradigma” escrevi francamente: “Não escapa a nenhum Integralista a constatação que, com o passar dos anos, foi “se tornando progressivamente mais difícil explicar o que é o Integralismo àqueles que ainda não o conhecem, pois, além da campanha de desinformação de que somos vítimas, a nossa Mensagem de Reconstrução Pessoal e Nacional não encontra receptividade numa sociedade em que a degeneração intelectual e moral é avassaladora”. Portanto, todos os Integralistas estão perfeitamente cientes dos esforços brutais a que estão obrigados para difundir o nosso Ideal Revolucionário. Quando conquistamos um Brasileiro é maravilhoso, mas, aí ele não faz mais parte da massa, tornou-se um Brasileiro Consciente de seus Direitos e Deveres.

Integralistas em Fortaleza (CE), em Junho de 2011.
11º) Apesar de rejeitar a tomada do Poder pelo Golpe, o Integralismo cooperará com qualquer Governo, se for chamado para tal, e desde que tal cooperação não violente os Princípios Doutrinários do Sigma.

Integralistas  participando de uma Marcha pela Vida (Fortaleza - CE), em Novembro de 2012).
12º) De qualquer forma, historicamente, nenhuma “revolução” foi vitoriosa no Brasil sem o apoio das Forças Armadas. Portanto, qualquer insurreição popular em que, no mínimo, as FFAA fiquem neutras e assistam sem interferir a derrubada do Governo, não terá a menor possibilidade de sucesso.

Anauê!
Integralistas em Festividade Cívica (São Paulo - SP), em Julho de 2013. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário