Sérgio de Vasconcellos
O regime liberal-democrático, ainda
formalmente vigente em nosso País, caracteriza-se, entre outros atributos, pela
rotatividade no Poder através de eleições periódicas, nas quais os Partidos
Políticos disputam representatividade no Poder Legislativo e no Poder
Executivo.
Exceto no período do totalitário
Estado Novo (1937 – 1945), imposto ao Povo Brasileiro pelo nefando Getúlio
Dornelles Vargas, o Integralismo sempre esteve presente em todos os pleitos
eleitorais.
Em quase nove décadas de existência,
o Movimento Integralista participou de todas as eleições, quer lançando Candidatos
Integralistas, quer traçando orientações seguras sobre em quem votar em
determinada situação Municipal e Estadual, ou mesmo Nacional, caso não houvesse
um Candidato nosso.
O Movimento Integralista é a parcela
mais esclarecida da Opinião Pública Brasileira. Cada Integralista ao dirigir-se
à Urna Eletrônica tem perfeita consciência que seu Voto não é meramente
quantitativo, mas, também e principalmente qualitativo. Todo Integralista sabe
que seu Voto é um instrumento precioso. O Voto é como diz o Chefe Nacional
Plínio Salgado, a “Arma do Integralista”, de fundamental importância para a nossa
Revolução, que é unicamente realizada dentro da ordem legal vigente. Assim,
nenhum Integralista pode fazer coro com a campanha anarquista e anarquizadora
do Voto Nulo, nem pode furtar-se a exercer o seu Direito de Votar.
Assim, posso afirmar tranquilamente
que a primeira obrigação de todo Soldado de Deus e da Pátria é sufragar o nome
daquele Companheiro que estiver se candidatando, seja em um nosso Partido, caso
ele exista, seja em um dos inúmeros Partidos existentes, que tenha acolhido sua
candidatura.
Todavia, como admiti mais acima, pode
acontecer que não haja um Candidato Integralista para ser votado, e aí surgem
naturalmente as perguntas: Como votar? Em quem votar? Exatamente para responder
tais questões que, ao longo das décadas, o Integralismo vem orientando os
adeptos do Sigma, sempre de forma firme e clara.
Aqui talvez muitos julgassem oportuno
passar em revista os diversos documentos oficiais orientativos, mas, está longe
de ser este o meu propósito, deixando tal missão aos Historiadores do
Integralismo. O que me proponho é apontar aqueles elementos de nossa Doutrina
que podem nos iluminar no momento do voto. Ora, dentro do nosso vasto corpo
doutrinário, existem três princípios que são universalmente aplicáveis em todas
as Eleições, válidos nas votações municipais, estaduais e até mesmo na esfera
nacional (Presidência da República), e vou expô-los nos parágrafos subsequentes.
O Integralismo, como todos os Camisas
Verdes o sabem, tem como um de seus alicerces primordiais o “Princípio da
Intangibilidade da Pessoa Humana”. Tal intocabilidade é extensiva às Projeções
do Homem no espaço, no tempo e na Eternidade, isto é, a Propriedade e os Grupos
Naturais (a Família, o Município, o Grupo Profissional, o Grupo Político, o
Grupo Cultural, a Nação e a Sociedade Religiosa). O Integralismo não reconhece
como legítimo nenhum ato, proceda de onde proceder, que atente contra a
integridade física, intelectual e moral da Pessoa Humana e de suas Projeções.
Um Direito Humano absolutamente
necessário para que a Intangibilidade seja uma realidade é o DIREITO À VIDA.
Assim, o Integralismo defende intransigentemente a Vida desde a Concepção,
posicionando-se de forma radical contra o abortamento. O Poder Econômico há
décadas vem desenvolvendo um vasto projeto mundial de controle demográfico
visando descartar-se de bilhões de seres humanos – já nascidos e por nascer -,
que se tornaram desnecessários ao Capitalismo. Desde o simplório mito da
“explosão demográfica” até campanhas milionárias pró-aborto justificadas por um
suposto direito da mulher de decidir se quer ou não ter aquele filho, sem falar
na banalização de perversões sexuais, etc., o liberalismo econômico vai
conduzindo esta Humanidade até a imposição de um Estado Totalitário Mundial,
ideologicamente “socialista e igualitário”, mas, de fato, conduzido por uns
poucos indivíduos e grupos de indivíduos que controlarão a Economia planetária.
Diante do exposto, fica claro que o Integralismo não poderia deixar de defender
a Liberdade, a autêntica Liberdade Humana em face deste coletivismo totalitário
que vem sendo construído paulatinamente, com pertinácia diabólica, desde o
século passado.
Consequentemente, aponto aos
Integralistas – o primeiro critério de seleção:
Votar naqueles Candidatos que já
demonstraram de forma cabal e insofismável que sustentam o Direito à Vida desde
a concepção.
Antecipo a objeção dos eternos
críticos de plantão, de que tal critério não é universalmente válido como
afirmo, porque, por exemplo, ele não se aplica as Eleições Municipais, uma vez
que o tema do aborto é da esfera dos Legisladores Federais. Improcedente tal objeção.
Todos somos testemunhas da luta pelo Direito à Vida e contra o abortamento que
se realiza por todo o País, inclusive ao nível dos executivos e legislativos
municipais e estaduais, esferas políticas onde supostamente seria um tema
estranho. Quanto à esfera municipal propriamente dita, lembro que um Candidato
a Vereador ou Prefeito que já tenha se manifestado favorável ao aborto pode
estar no início de uma carreira política e quanto antes seja eleitoralmente
derrotado melhor, impedindo-o de causar estragos à República.
O segundo critério de escolha:
Não votar em Candidatos socialistas e
comunistas.
Não seriam necessárias maiores
explicações para este segundo item, pois é fato mais do que sabido que o
Integralismo é anti-comunista, porém, para os que se espantam com tal
intransigência explico: O Integralismo filosoficamente parte de uma Concepção
Espiritualista do Universo e do Homem. Não sendo um Movimento Religioso, nem
Confessional, mesmo assim, o Integralismo afirma a existência de Deus e tem o
Ser Supremo como o Fundamento de toda a Ordem Social. Assim, creio que tenha
ficado claro que nenhum Integralista poderá apoiar, direta ou indiretamente, o
socialismo em todas as suas variações ideológicas. Fica vedado, portanto, aos
Integralistas, o voto aos candidatos de “esquerda”. Evidentemente, supostos ou
reais não-comunistas e anti-comunistas que tenham manifestado também posições
materialistas (ateísmo e agnosticismo), não poderão ser sufragados pelos
Integralistas.
Terceiro critério:
Não votar em Candidatos a serviço do
capitalismo financeiro internacional.
Ressalto que aqueles Candidatos comprometidos parcial ou
totalmente à agenda globalista do capitalismo financeiro internacional, em
hipótese alguma poderão ser sufragados pelos Integralistas. O Integralismo é
visceralmente contrário ao liberalismo, em todas as formas que possa assumir,
com seu amoralismo dissolvente, o seu falso conceito de liberdade, seu
individualismo exacerbado que é incompatível com o autêntico Conceito de Pessoa
Humana, com a plutocracia se fingindo de Democracia, com seu agnosticismo (a
forma mais torpe de materialismo), enfim, com o seu espírito burguês corruptor
de todas as Nacionalidades.
Tenho certeza que os critérios
apontados são suficientes como orientação aos Integralistas - não importando qual seja a Eleição de que estejam participando
-, naquelas situações em que não tenhamos nossos próprios Candidatos.
Pelo Bem
do Brasil!
Anauê!