domingo, 4 de julho de 2021

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O INTEGRALISMO E A EDUCAÇÃO

 

Sérgio de Vasconcellos

Companheiros.

Todos sabemos que o Integralismo, enquanto Movimento político, social e cultural objetiva a Formação de uma Consciência Nacional, mais especificamente, uma Consciência Nacional Integralista.

Este nosso esforço de conscientização de todos os Brasileiros diferencia-nos de outros movimentos políticos, pois, ao invés de ambicionarmos cargos governamentais, mandatos públicos, vitórias eleitorais, enfim, o mero Poder, nós buscamos conquistar os corações e as mentes de cada um dos Brasileiros. Deixemos a tola burguesia, de direita e de esquerda, digladiar-se em torno do efêmero Poder, enquanto nós consolidamos as Bases do Brasil Integral.

Já nos distantes anos 30, o Chefe Nacional Plínio Salgado nos dizia: “Nossa vitória não virá em consequência de “golpes técnicos” nem como resultado de conspiratas contra os governos constituídos: virá, automaticamente, pela infiltração poderosa das Ideias”[1]. E aí, então, “quando formos um número tão grande”, e, “pela força desse número conquistaremos o Poder da República”[2]. A técnica que usamos desde a origem do nosso Movimento é aquela que o Chefe muito apropriadamente designava por “Técnica de Cristo”[3], que é a antítese da técnica de Sorel e da politicagem sórdida dos partidos burgueses.

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O nosso Movimento, Companheiros, é, como se depreende, um Movimento Educacional. E é nesse sentido que deve ser entendida aquela paradoxal afirmação de Plínio Salgado: “ Todos os problemas do Brasil se reduzem, afinal, ao problema da Educação”[4]. Sim, somente Educando o nosso Povo, trazendo-o para a Luz do Ideal Integralista, conseguiremos superar todos os Problemas Nacionais, arrancar o Povo de sua miséria material e intelectual, dando plena realização à Vocação de cada Brasileiro e abrindo caminho para a concretização integral das aspirações materiais, intelectuais e morais da Nação Brasileira.

Evidentemente, ninguém dá o que não possui, logo, para que Ensinemos o Povo Brasileiro, nós, Camisas Verdes, devemos estar preparados para tal Magistério. Isto significa que, como preliminar impositiva, todos devemos estudar o Integralismo. Rompendo aqui com os lugares comuns da sociedade burguesa em que vivemos, afirmo que o Estudo do Integralismo não é uma obrigação tão somente dos Jovens Integralistas ou dos que ingressaram recentemente no Movimento, muito pelo contrário, o Estudo do Integralismo é uma Obrigação para todos os Integralistas, de todas as idades e é uma atividade permanente, uma vez que não somos apenas seguidores de Plínio Salgado, mas, também, continuadores de sua Obra. Frisando: Os Integralistas têm a responsabilidade de se preparar o melhor possível para que o nosso Movimento possa desempenhar sua Missão Histórica.

Os Integralistas sempre estudaram e, hoje, não poderia ser diferente, ainda mais com a disponibilidade de meios de comunicação e difusão inexistentes para os Integralistas das gerações anteriores. Assim, além daqueles métodos já disponíveis no passado (livros, jornais, revistas, panfletos, etc.), agora podemos Semear a Palavra Nova dos Tempos Novos pela Internet, com alcance brutal, o que tem apavorado aos inimigos do Brasil. Em nossos dias, além da publicação de livros físicos, as Obras Integralistas digitalizadas estão se tornando acessíveis aos Brasileiros em todos os rincões da Pátria.

Tal amplitude de difusão da Filosofia Integralista, simultaneamente, nos permite estudar nossa Doutrina, bem como, auxilia a transmissão de nossas Ideais àqueles que estamos Ensinando. Um exemplo claro do que afirmo é p Estudo das “Diretrizes Integralistas” realizado aqui por intermédio deste canal do Grupo de Estudos Integralistas.

As Diretrizes Integralistas, redigidas em 1933 por Plínio Salgado, Miguel Reale e Dom Nicolau Flue Gut, cujo conteúdo foi aprovado pelo insigne Jesuíta Pe. Leonel Franca, foi – e ainda é – um documento aclarador das Ideias Lanças pelo Chefe Nacional no Manifesto de 7 de Outubro de 1932[5].

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Falei acima que é um dever de todos os Soldados de Deus e da Pátria, não importando a idade, de estudar o Pensamento Integralista. Obviamente, isso não elide o fato de que os mais jovens deverão ser orientados pelos mais velhos, ou seja, que a Formação da Nova Geração Integralista é uma responsabilidade que cabe àqueles que estão conduzindo o Movimento. Ora, a Juventude é sempre irrequieta, impaciente, buscando resultados imediatos, o que é perfeitamente compreensível. Mas, aqui dirijo-me especificamente à Nova Geração, que está acorrendo até as nossas Fileiras, com as devidas palavras de esclarecimento do nosso Chefe:

Se a Juventude traz consigo o Amanhã da Pátria é porque dela deverão sair os responsáveis pela sobrevivência da Nação. Prepará-la para que produza os valores humanos, de que a comunidade nacional precisa, deve ser toda a nossa aspiração.

A Mocidade não se prepara nas ruas, no fragor das batalhas transitórias. Lançar os jovens nas empresas da demolição do Mal, sem a iniciação prévia na ciência e na arte de construir o Bem, será desviá-los de um destino superior. As mais belas campanhas, se resultantes do improviso, hão de ser, inevitavelmente, como o estrondo das ondas na superfície do mar. As ondas facilmente se deixam levar pelo magnetismo da lua ou pelos ventos inconstantes que sopram em todas as direções. Só as águas profundas resistem. Só elas trazem consigo as potencias da irredutibilidade.

A irredutibilidade no Homem é a estrutura do caráter. O caráter se forja pelo concurso de três elementos: personalidade, cultura e educação. Desenvolver a personalidade, enriquecê-la pela cultura, dar-lhe ritmo pela formação moral e espiritual – eis o que nos cumpre quando nos entregamos ao magistério da palavra esclarecedora e da ação criadora, no esforço de suscitar o advento de grandes homens para a Pátria.

A mobilização dos moços para uma campanha de moralização, de luta contra os desmandos e contra a degradação dos costumes é iniciativa que merece todo o respeito; mas é expediente empírico, visando o tratamento meramente sintomático da enfermidade social. Não vai às raízes da moléstia. Não procura as causas históricas das desgraças que lamentamos.

O conceito moral depende de uma concepção de vida. A concepção de vida decorre do conhecimento da verdade e da compreensão da realidade. Pois a mesma verdade pode ser desvirtuada e abastardada na concretização dos seus objetivos, se a mente desavisada opera sob a injunção de circunstâncias desconhecidas.[6]

E mais adiante prossegue:

A iniciação dos espíritos jovens exige trabalho metódico, sistemático. Repele o “dispersivo” para se ater ao “reflexivo”. Evita o “extenso” para que predomine o “intenso”. E não se entrega à exteriorização sem precedê-la de longos dias de interiorização.

O jovem deve construir-se primeiro, para depois pensar em construir a sociedade. A autoconstrução não se faz nas praças públicas, nem no fragor das manifestações coletivas; pelo contrário, forja-se no estudo, na meditação, na discussão, na troca de ideias.[7]

Os trechos acima foram extraídos do capítulo “A Verdadeira Missão da Juventude”, do fantástico livro do Chefe, “Reconstrução do Homem”. Infelizmente, por questões de tempo, não posso alongar-me com a leitura de mais passagens, igualmente prenhes de sabedoria. Recomendo a leitura do mencionado capítulo, aliás, de todo o Livro.

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Por tudo o que disse até aqui, acredito ter evidenciado a importância crucial do estudo para o Movimento Integralista. Finalizando, uma citação de Gustavo Barroso:

O Integralismo é o amor pelo Brasil, o desejo de vê-lo grande, próspero, feliz, poderoso. É a criação dum sentido novo da vida para chegar a esse fim. E somente é possível essa criação pela educação e pelo ensino. Não é possível ensinar e educar, odiando. Ensina-se e educa-se, amando.[8]

Obrigado.

Pelo Bem do Brasil!

Anauê!

___________

Palestra proferida virtualmente em 19 de Junho de 2021 para o Grupo “Estudos Integralistas”.



NOTAS:

[1] SALGADO, Plínio. PALAVRA NOVA DOS TEMPOS NOVOS. 3ª Ed. São Paulo: Panorama, 1937; p. 57.

[2] SALGADO, Plínio. MANIFESTO DE OUTUBRO (1932). Rio Branco (AC): Nova Offensiva, 2019; p. 11.

[3] SALGADO, Plínio. PALAVRA NOVA DOS TEMPOS NOVOS1 1ª Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1936, p. 49 e segs.

[4] SALGADO, Plínio. RECONSTRUÇÃO DO HOMEM. 2ª Ed. São Paulo/Brasília: Voz do Oeste/INL, 1983; p. 85.

[5] SALGADO, Plínio. O INTEGRALISMO NA VIDA BRASILEIRA. Rio de Janeiro: Livraria Clássica Brasileira/GRS, s/d; p. 73.

[6] SALGADO, Plínio. RECONSTRUÇÃO DO HOMEM. 2ª Ed. São Paulo/Brasília: Voz do Oeste/INL, 1983; p. 79 e 80.

[7] SALGADO, Plínio. IDEM. P. 80 e 81.

[8] BARROSO, Gustavo. ESPÍRITO DO SÉCULO XX. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936; p. 172.

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