Sérgio de Vasconcellos.
Em inúmeras passagens de sua Obra, Plínio Salgado chama a nossa atenção
para que coloquemos o “sentimento” em tudo o que pensamos e fazemos(1),
mas, isto não significa que o Integralista se guia por algum sentimentalismo
barato ou um emocionalismo de ocasião, e, sim, impedir que um excessivo e frio
intelectualismo nos separe da Vida e nos torne indiferentes ao sofrimento do
nosso Próximo, dos milhões que passam fome e vegetam na miséria material,
intelectual e moral. No Integralismo, portanto, a razão não está desconectada
do sentimento. E este sentimento não deve ser visto como alguma forma de
subjetivismo em que o Integralista fique enclausurado, pois, a objetividade é
fundamental para o Integralismo.
A objetividade, para nós, não é mero registro ou catalogação das
impressões recebidas do exterior. Sem negar a necessidade da experiência, o
Integralismo rejeita o empirismo. Para o Integralismo, a objetividade é a
adequação entre o intelecto e a realidade. Em sendo assim, dirige-se àquilo que
é essencial e perene, e, não negando a validade de perspectivas parciais,
recusa o fragmentário, pois, como o seu próprio nome indica, o Integralismo,
enquanto Filosofia, orienta-se até à Verdade, a Verdade Integral, só possível
através da Síntese.
Não por acaso – afinal, “Deus dirige os destinos dos povos”(2) –
o Integralismo surgiu no Brasil – “o Último Ocidente e o Primeiro Oriente”(3) -,
propondo uma “Palavra Nova dos Tempos Novos”(4),
não a impondo a quem quer que seja, mas, pretendendo criar um ambiente em que
seja livre e conscientemente aceita. Trata-se, portanto, sim, de uma Revolução,
não pela violência e supressão dos opositores, mas, pelo convencimento. O Integralismo
é um vasto Movimento Pedagógico, que visa reeducar o Brasil e o Mundo à luz de
Ideias generosas e puras e que podem ser resumidas no nosso sagrado lema:
“Deus, Pátria e Família”.
1) Por exemplo, em SALGADO, Plínio. Código
de Ética do Estudante. Nova Friburgo: Tipografia Carestiato, [s.d.]: “XXIV – Sê um homem de pensamento, mas se um
homem de ação. O pensamento para transformar-se em ação precisa, primeiro, transformar-se em sentimento.
Ideia que não é sentida é ideia morta. A ação é forma objetiva de ideias
vivas, oriundas de realidades e criadoras de novas realidade. Cultiva o ideal,
mas, se realista.” Pág. 6.
2) SALGADO, Plínio. Manifesto de Outubro.
Varginha: [s.ed.], 1988. Capítulo I – Concepção do Universo e do Homem – pág.
1.
3) SALGADO, Plínio. Palavra Nova dos Tempos
Novos. 3. ed. São Paulo: Panorama,
1937; pág. 121 e segs.
SALGADO,
Plínio. Sol Nascente e Último Ocidente.
Brasília: Câmara Federal, 1967.
4) SALGADO, Plínio. Palavra Nova dos Tempos
Novos. 3. ed. São Paulo: Panorama, 1937; pág. 7 e segs.
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