INTEGRALISMO E RELIGIÃO(1)
Sérgio de Vasconcellos
A Doutrina Integralista diferencia-se
radicalmente de todas as ideologias políticas que até aqui dominaram o século
XX: Enquanto estas são agnósticas ou ateias, isto é, materialistas, a Filosofia
Integral afirma peremptoriamente a existência de Deus e, consequentemente, a
imortalidade da Alma Humana.
Quanto à questão da Natureza do Ser
Supremo, isto é, se Ele transcende ou identifica-se ao Universo; e, de seus atributos
– unidade, simplicidade, amor, etc. -, o Integralismo não define, pois compete
a cada Religião instruir seus fiéis nestes temas.
O Integralismo é Cristão e ecumênico.
Ecumenismo este, o mais lato possível, pois reúne não só os Cristãos, como também
os não-Cristãos, em uma “frente ampla espiritualista”, contra o materialismo avassalador
do mundo moderno, que assume duas principais formas: o Agnosticismo Capitalista
e o Ateísmo Marxista(2). Por conseguinte, o Integralismo recebe em suas
fileiras Homens de todos os credos religiosos, irmanados na luta por Deus, pela
Pátria e pela Família, e contra o Capitalismo Burguês e o Coletivismo Marxista.
Muitos leitores, talvez ainda não
compreendam por que nós, Integralistas, tanto nos empenhamos em defender a
existência de Deus, perguntando até: Afinal, que tem Deus com a política? Os
que raciocinam desta forma estão dominados pelos preconceitos materialistas do
século, não estão pensando com isenção, mas movidos por ideias preconcebidas.
Na verdade, Deus tem tudo com a
política. Partindo da negação ou afirmação de Deus, surgem duas visões do Mundo,
inteiramente antagônicas, que se defrontam numa luta de morte: O materialismo, com
dupla feição, o dogmático e militante, adotado pelo Marxismo-Leninismo,
escravizando os países comunistas, e, o agnóstico e burguês, adotado pelo Capitalismo,
dominando os países supostamente livres do Mundo Ocidental; e, o
Espiritualismo, adotado pelo Integralismo, e que alicerça a Idade Nova que
estamos construindo(3).
Assim, decidir-se por Deus ou contra
Deus não é um capricho, não é discutir o
sexo dos anjos, mas uma opção vital. Deliberar contra Deus é colocar-se ao lado
das forças reacionárias, que desejam manter a Humanidade na escravidão, na
alienação, é lutar para a instauração do execrando totalitarismo. Escolher a
Causa de Deus é juntar-se à Revolução, é batalhar pela Libertação Integral da Humanidade.
Notas:
1) Publicado originalmente em “O Integralista” – Rio de Janeiro
– Ano 2 – Nº 4 – Dezembro de 1990 – p. 7. Reproduzido, parcialmente em “A Voz
do Oeste” – Lins(SP) – Ano II – Nº 20 – Janeiro/Fevereiro de 1992 – pág. 3.
2) Tal frente única também foi preconizada por Sua Santidade o
Papa Pio XI, nas Encíclicas “Caritate Chisti Compulsi” e “Divini Redemptoris”,
esta última Carta Encíclica foi reproduzida na íntegra por Gustavo Barroso, no
seu livro “Comunismo, Cristianismo e Corporativismo” – Empresa Editora ABC –
Rio de Janeiro – 1938 – págs. 107 e segs., e a defesa da frente única espiritualista
encontra-se nas págs. 157 e 158. Sobre a “frente espiritualista”, que é o
Integralismo, conferir, ainda, entre outros:
- Maria Amélia Salgado Loureiro(coord.) – “O Integralismo, Síntese
do Pensamento Político Doutrinário de Plínio Salgado” – Editora “Voz do Oeste”
– São Paulo – 1981 – p. 14.
- Padre Ludovico, “O Integralismo à luz da Doutrina Católica”,
em Plínio Salgado – “O Integralismo perante a Nação” – 3ª ed. – Editora das
Américas – São Paulo – 1955 – págs. 168 e 169. “Obras Completas” – Vol. 9.
- Alberto Silvares – “O Comunismo e seu Contra-Veneno” – Editora
Minerva – Rio de Janeiro – 1937 – págs. 31 e segs.;b e, págs. 67 e segs.
- General Jayme Ferreira da Silva – “Retalhos Verdes” – A. Coelho
Branco Filho, Editor – Rio de Janeiro – 1937 – págs. 65 e segs.; e, págs. 273 e
segs.
- Miguel Reale – “Perspectivas Integralistas” – 2ª ed. –
Livraria H. Antunes – Rio de Janeiro – 1936 – págs. 44 e 45.
- Gustavo Barroso – “Espírito do Século XX” – Civilização Brasileira
– Rio de Janeiro –1936 – págs. 242 e segs.
- Gustavo Barroso – “O que o Integralista deve saber” – Civilização
Brasileira – Rio de Janeiro – 1935 – págs. 115 e segs.
3) Consultar:
- Plínio Salgado – “A Quarta Humanidade – 4ª ed. – Editora das
Américas – São Paulo – 1955 – 161 págs. – “Obras Completas”, vol. 5.
- Gustavo Barroso – “O Quarto Império” – Livraria José Olympio
Editora – Rio de Janeiro – 1935 – 179 págs. – Coleção “Problemas Políticos
Contemporâneos”, Nº 9.
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