Sérgio de Vasconcellos
Prezados Companheiros.
Fui avisado pelo Companheiro Marcelo
Silveira – sempre bem informado – da existência deste Artigo. O Autor, infelizmente, labora nos velhos
equívocos históricos e doutrinários de sempre. Vejamos:
1º) O Integralismo NUNCA se
assumiu como Movimento fascista durante a década de 30, e a única fonte que ele
indica, o Livro “O Integralismo e o Mundo”, de Gustavo Barroso, não afirma tal
coisa, o que nos leva a crer que o “pesquisador” tresleu a Obra, se é que a leu
verdadeiramente... Eis o que escreveu de fato, impresso em boa letra de forma, perfeitamente compreensível para os que não são analfabetos funcionais o sempre injustiçado Gustavo Barroso: "Integralismo - nazismo - fascismo".
2º) A ABC não teve vida efêmera,
porque não teve vida alguma, o Estado Novo jamais autorizou o funcionamento de
tal Organização, tendo ficado o Movimento Integralista na sua maior parte na
clandestinidade, apenas criando outras Organizações devidamente registradas
para dar respaldo legal a ações setoriais, como, por exemplo, o Apollo Sport
Club, o Auxílio às Famílias Empobrecidas (apelidada internamente de “Socorro
Verde”), a Cruzada Juvenil da Boa Imprensa, etc.
3º) O Integralismo não se transformou
em Partido por nenhuma decisão tomada no 2º Congresso Nacional da AIB, em
Petrópolis, em 1935. Desde que o boçal do Hélgio Trindade afirmou naquele lixo
que é o Livro dele tal inverdade, todo mundo sai repetindo esta bobagem. Já em
1933, logo após o Registro do seu 1º Estatuto como sociedade civil, a AIB
entrou com um Pedido solicitando seu Registro como Partido Político. Por conta
de exigências da Justiça Eleitoral é que foram feitas alterações nos Estatutos,
tanto no 1º Congresso, em Vitória (1934), quanto no 2º já citado. A famosa 1ª
Marcha Integralista foi para comemorar o lançamento da Candidatura de um
Integralista à Constituinte, que não se elegeu infelizmente. O único Deputado Federal Integralista naquele período foi o Companheiro Jeová Mota, eleito pelo
Ceará, pela Legião Cearense do Trabalho.
4º) Sobre o periódico “Renovação
Nacional” e a Cruzada de Renovação Nacional, cabe esclarecer: O Jornal “Renovação
Nacional” não surgiu em 1978, mas, em 1968; a Cruzada de Renovação Nacional foi
fundada em 20 de Fevereiro de 1970 por Jáder Araújo de Medeiros, que já era
Presidente da União Operária e Camponesa do Brasil – fundada na década de 50 -,
e que a partir de 1971 passou a publicar o periódico “Renovação Trabalhista”.
Quanto ao médium, o saudoso Companheiro Jáder era Espírita e, de fato, UMA VEZ
POR ANO, recebia por intermédio de um psicógrafo comunicações que seriam de
Plínio Salgado e que ele mostrava aqueles Companheiros que fossem Espíritas e
que manifestassem interesse. JAMAIS o Companheiro Jáder Araújo de Medeiros
orientou suas ações Políticas por tais Psicografias, cujo conteúdo era espiritual
segundo ele mesmo sempre me dizia, quando muito, falando do futuro grandioso do
Brasil, e nada mais. Portanto, é má fé e uma tentativa repugnante de
desrespeitar uma Religião esta leviana acusação. Mas, o que esperar de outro
boçal comunista como este tal Calil?
5º) A Casa de Plínio Salgado não
foi fundada apenas por águias brancas e perrepistas, mas, também, por
Militantes da Velha Guarda, e outros bem mais novos na época, como eu, que
nunca fui da antiga AIB, do PRP, nem Águia Branca, e que estive presente na
Fundação. Esta Márcia Carneiro é outra que não entende patavina de Integralismo
e teima em continuar escrevendo sobre o que não conhece.
6º) A nova AIB não foi registrada
em nome do Companheiro Anésio de Lara Campos Júnior, mas, como sociedade civil.
O seu primeiro Estatuto, considerado provisório, foi datilografado lá em casa
pelo Companheiro Anésio e além de nós dois, teve também a assinatura de minha
saudosa Mãe, Iracema Lopes de Vasconcellos. Portanto, não se tratava de
propriedade privada do Companheiro Anésio como idiotamente supõe o Autor.
7º) O Dreyffus é outro boçal. O
Partido de Ação Nacional, fundado pelo brilhante Companheiro Rômulo Augusto
Romero Fontes, não teve qualquer relação oficial ou oficiosa com a nova Ação
Integralista Brasileira. Quando muito, alguns de seus integrantes também faziam
parte da nova AIB e o seu periódico, o Ação Nacional, veiculava noticiário
sobre a nova Ação Integralista Brasileira, mas, isto também o fazia a imprensa burguesa
(Jornal do Brasil, O Globo, etc.).
8º) O PAN jamais foi financiado
pela tal Causa. Os comunistas sempre com esta velha ladainha que nós
Integralistas recebemos dinheiro de fora. Como eles são traidores da Pátria,
julgam os outros por eles mesmos.
9º) A não efetivação do PAI –
Partido de Ação Integralista -, nada tem com uma suposta resistência à liderança
do Companheiro Anésio, simplesmente porque ele não era mais Presidente naquela
ocasião, mas, o saudoso Companheiro Sebastião Cavalcante de Almeida, que não
ficou efemeramente no cargo, mas, por longo tempo, sendo substituído pelo
Companheiro Ubiratan Pimentel da Silva, que é o seu Presidente até hoje. Não
sendo o Integralismo uma monarquia hereditária, nem propriedade de uma Família,
não haveria porque consultar a viúva do Chefe, a saudosa Companheira Dª Carmela
Patti Salgado, nem a Filha, Netos, Irmãos, Sobrinhos, Primos ou quaisquer
outros parentes, herdeiros e sucessores de Plínio Salgado para se fundar uma
nova AIB ou qualquer outra Organização Integralista.
10º) Sobre o suposto
antissemitismo do Integralismo já me externei em duas ocasiões, de forma
IRREFUTÁVEL, e, portanto não acrescentarei nada. Recomendo aos interessados a
leitura dos seguintes: "Gustavo Barroso, racista?" e "O Integralismo foi o introdutor do antissemitismo no Brasil?".
11º) O Congresso Nacional
Integralista para o Século XXI foi um grande sucesso. É pura fantasia do Autor a
afirmação de que dias após o Congresso foram registrar uma nova Organização com
o nome de Movimento Integralista Brasileiro e que não o puderam fazer porque
ela já estava registrada pelo Companheiro Anésio. Vamos aos Fatos: Não se
registra uma sociedade civil sem os Estatutos. Foram elaborados quaisquer
Estatutos durante o Congresso? Não. Foi tomada a decisão de se fundar o MIB? Não. Decidiu-se pela criação de uma nova
organização de âmbito nacional. Num primeiro momento, durante o Congresso,
cogitou-se de se chamar de Movimento Integralista Brasileiro, porém, tal
entidade já existia, fundada pelo Companheiro Anésio (e de cuja criação também
participei, sendo um dos signatários dos Estatutos, em 1983), e que, portanto,
não poderia ser utilizado. O Companheiro Anésio com total desprendimento concordou
em abrir mão da Presidência do MIB, cedendo a entidade aos Congressistas, mas,
optou-se pela criação de uma organização inteiramente nova. Então, em 22 de
Janeiro de 2005, em Assembleia de Fundação, em São Paulo, cumprindo as decisões
do Congresso, foi criada a Frente Integralista Brasileira - FIB.
12°) O Integralismo não é e nunca
se considerou de direita. Veja-se a Palavra Autorizada do próprio Chefe
Nacional: "'Direitas' e 'esquerdas'" e "Verdades da 'direita' e da 'esquerda'".
13º) Sobre o suposto trauma pela
perda do nosso líder só cabe responder com o próprio Plínio Salgado: “O Chefe
não é uma pessoa, o Chefe é uma Ideia”.
Finalizando, muitas outras críticas
poderiam ser feitas ao Texto, que está cheio de erros, porém, as que
acima enumerei são suficientes para demonstrar o hiato entre o que é de fato o
Integralismo e o Integralismo imaginado e fantasiado pelos nossos detratores.
Pelo Bem do Brasil!
Anauê!