O Autor assistindo uma Palestra sobre Santo Agostinho. |
Sérgio de Vasconcellos
O Capítulo 6º do “Manifesto de
Outubro” é um dos de menor extensão, porém, isso não significa que tenha pouca
importância. Na verdade, é justamente em tal Capítulo que encontramos um dos
elementos mais característicos do Integralismo: A franqueza! A afirmação
límpida e cristalina de que a “campanha” do Integralismo “é às claras, em campo
raso, de peito aberto, de cabeça erguida” tem sido um escândalo para os
adversários do Sigma.
O Integralismo denuncia essa prática
infelizmente institucionalizada na Vida Política Brasileira das confabulações,
das tramas, das conspirações, do imediatismo, dos proveitos pessoais e de
facções colocados acima dos reais interesses e desejos do nosso Povo. É o que
Plínio Salgado denominou de “falsa vida política da Nação” naquela passagem tão
pouco compreendida do Capítulo 5º.
Ora, o Integralismo rejeita tal
prática política e se propõe realizar um movimento “cultural, moral,
educacional, social”, arregimentando os Brasileiros para a Revolução. Mas, não
se entenda a nossa Revolução como alguma mazorca antecedida por uma conspiração
de politiqueiros, visando estabelecer algum governo de exceção, civil ou
militar. Nada mais distante do Integralismo que os conchavos e tramas para se
chegar ao Poder. O Integralismo sustentando Ideias e Princípios nítidos, não
faz combinações sórdidas, nem se embuça atrás de máscaras. Sua luta trava-se no
campo das Ideias, com lealdade e honestidade intelectual. Pela conquista
pacífica das consciências dos Brasileiros, quando “formos um número tão grande”,
então, “pela força desse número conquistaremos o Poder da República” (Capítulo
5º do Manifesto de Outubro). Tudo isso dentro da Lei, no respeito das
instituições e da autoridade constituída. Enfim, a “revolução legal”, como
Plínio Salgado a denominou em outro escrito, através da propaganda, da difusão
da Doutrina, pelo voto, pela ação social, pela elevação cultural e moral do
Povo Brasileiro.
S
Aliás, aproveito a oportunidade para
chamar à atenção sobre um fato que tem passado despercebido: O Brasil, no
período anterior ao surgimento do Integralismo, viu-se atingido por uma onda
sucessiva de revoltas e levantes, cujas tropelias e violências ceifaram a vida
de tantos Brasileiros, gerando no Povo incerteza e medo constantes. Começando
com a quartelada de 15 de Novembro de 1889, mais conhecida por Proclamação da
República, a série de insurreições prosseguiu: 1891 – Derrubada de Deodoro;
1892 – Levante em Mato Grosso; 1893 – Revolta da Armada; 1893 – Revolução
Federalista; 1896 – Canudos; 1902 – Revolução Monarquista (completamente
esquecida pelos Historiadores...); 1904 – Revolta da Vacina; 1906 – Revolta em
Mato Grosso (sobre as insurreições de 1892 e 1906, em Mato Grosso, o saudoso
Prof. Joaquim Ponce Leal, Historiador e Integralista, escreveu um magnífico
Livro); 1909 – Revolta em Goiás; 1910 – Revolta da Chibata (Liderada por João
Cândido, que vinte anos depois tornar-se-ia Integralista); 1914 – Contestado;
1914 – Rebelião liderada pelo Pe. Cícero; 1922 – Dezoito do Forte; 1923 –
Levante de Assis Brasil contra Borges de Medeiros; 1924 – Revolta do Isidoro;
1925 – Coluna Miguel Costa (incorretamente conhecida por Coluna Prestes); 1930
– Rebelião em Princesa; - 1930 – Revolução de Outubro; 1932 – Revolução
Constitucionalista; e só listamos umas poucas... Ora, nascendo em Outubro de
1932, o Integralismo entregou-se imediatamente ao Apostolado Nacionalista,
pregando a Pacificação Nacional, a Harmonia Social, combatendo o separatismo e
as oligarquias, e como resultado desse trabalho de criação de uma Consciência
Nacional e de respeito às Leis e às Instituições, o número de levantes foi
decrescendo e se espaçando no tempo: 1935 – Revolução Comunista; 1937 – Golpe
do Estado Novo; 1938 – Revolução de 11 de Maio; 1945 – Queda do Ditador Vargas;
1956 – Sedição de Jacareacanga; 1964 – Revolução de 31 de Março; 1966 e 1972 –
Guerrilhas Comunistas no Caparaó e no Araguaia, respectivamente; 1985 – Nova
República. Ressalte-se a transição pacífica do regime da Carta de 1967 para o
atual da Constituição de 1988. Graças à conscientização e esclarecimento
político que o Integralismo vem realizando ininterruptamente nos seus 75 anos
de existência, o ciclo dos levantes sangrentos na História do Brasil parece ter
chegado ao seu fim, pelo menos é o que esperamos... No futuro, os historiadores
terão que dar o devido valor a esta importantíssima intervenção do Integralismo
na Vida Nacional.
S
O Integralismo recusando-se a ser
cúmplice da farsa política em que se comprazem indivíduos e facções sejam de
esquerda ou de direita, e insistindo em apenas dizer a Verdade, atraiu sobre si
o ódio de todos os que viram os seus planos contrariados, então, uma guerra
brutal foi desencadeada contra o Movimento Integralista. A principal estratégia
dos Inimigos do Povo Brasileiro é desfigurar o Integralismo, apresentando-o
completamente diferente e até oposto àquilo que ele é realmente. Eis alguns
exemplos notórios: O Integralismo propondo a ampliação da Democracia através da
incorporação das Forças Vivas da Nação ao processo democrático - a Democracia Orgânica
-, tem sido apontado como antidemocrático; sendo um tenaz impugnador do
totalitarismo de Estado, o Integralismo é acusado de querer implantar um Estado
totalitário; crítico da constante ingerência de militares na Política, o
Movimento Integralista é incriminado de militarista; tendo Plínio Salgado
afirmado e sustentado que a Liberdade é o dom mais precioso do Homem, increpam
o Sigma de ser inimigo da Liberdade; sendo completamente avesso a ditaduras de
qualquer ordem, civis ou militares, o Integralismo é tachado de defensor das
ditaduras; inteiramente contrários à censura, os Integralistas são acoimados de
buscarem o cerceamento da liberdade de opinião; enfim, muito poderíamos alongar
tal relação de mentiras sobre o Integralismo, mas o que ficou exposto demonstra
claramente o acúmulo de falsidades que têm sido assacadas contra a Doutrina e o
Movimento Integralistas. Essa insidiosa campanha de desinformação reveza-se com
outra arma não menos eficaz, o silêncio. Quando não estão mentindo descaradamente
acerca do Integralismo, os meios de comunicação, controlados inteiramente pelo
Banqueirismo, silenciam totalmente a nosso respeito. Todavia, apesar da perícia
com que as armas do silêncio e desinformação têm sido esgrimidas contra o
Movimento do Sigma, o Integralismo prossegue em sua Marcha Revolucionária
através da História, para surpresa e desespero dos inimigos do Brasil, que
pressentem a Vitória dos Soldados de Deus e da Pátria.
Mas, qual é o segredo dos
Integralistas? O que faz o Integralismo perdurar e prosseguir a despeito dos
seus fortes inimigos, que há 75 anos tentam esmagá-lo? Algo simples e poderoso,
“a franqueza e coragem mental”. Num País em que toda a vida política é um
teatro, em que todos os atores mentem desabusadamente, em que a falsidade é a
marca registrada dos indivíduos e facções, em que a insinceridade e o
despistamento imperam, em que todos conspiram, em que todos se acanalham e
abastardam, em que a podridão moral campeia, em que todos fingem, o
Integralismo destaca-se como uma verdejante Cordilheira em meio a uma planície
estéril e pantanosa. Quando todos teatralizam suas vidas, os Integralistas são
o que são; quando todos participam de uma tragicomédia, os Integralistas vivem
uma Epopeia; quando a falsidade é como a marca de Caim nas frontes de todos, os
Integralistas portam o Sigma como sinal da Verdade; quando todos são insinceros
e despistadores, os Integralistas são medularmente sinceros e marcam com
perfeita clareza os seus caminhos; quando todos conspiram, os Integralistas batalham
em campo raso e de peito aberto; quando todos se tornaram canalhas e bastardos,
os Integralistas sustentam a Honra do Brasil; em meio à podridão moral
generalizada, os Integralistas pregam e vivenciam os Valores Morais, enfim,
quando todos FINGEM ser alguma coisa efêmera, os Integralistas SÃO perenemente.
Toda a incapacidade de se compreender
o Integralismo é fruto ou da má-fé de uns poucos, cujos interesses sociais,
políticos e econômicos serão prejudicados com a Vitória do Sigma, ou da não
percepção da maioria dos Brasileiros de que estão sendo enganados, de que vivem
numa ilusão, e para esses o Pensamento, a Palavra e a Ação dos Integralistas
afigura-se como algo inacreditável. Vivem num sonho – mais propriamente, num
pesadelo... -, mas, não querem despertar, porque isso exigirá assumir o
controle de suas próprias vidas, e a Liberdade é um fardo para os covardes e
comodistas. No entanto, contrariando a tudo e a todos, o Integralismo permanece
firme na sua decisão de acordar o Brasil de seu sono letárgico. Os Brasileiros
não podem continuar deitados em berço esplêndido, sonhando com o futuro
esplendoroso do Brasil, e não fazendo nada para construí-lo...
O Movimento Integralista, não
aceitando ser partícipe desse “espetáculo”, em que vivem embevecidos os
Brasileiros, e no qual todos são simultaneamente atores e espectadores,
constitui-se de fato numa Revolução, autêntica, isto é, com franqueza nas Ideias
e na Ação.
Pelo Bem do Brasil!
Anauê!
* Com o mesmo título já publicamos um Texto neste Blog. Como explicamos naquela
oportunidade, aquele fora escrito para constar numa Obra Coletiva sobre o
Manifesto de Outubro, e que fora vetado
pelo Editor, o nosso Companheiro Gumercindo Rocha Dorea, devido o seu excessivo
tamanho. Então, em substituição, escrevi este outro, que também acabou inédito
porque o Livro jamais foi editado. Publico-o aqui e agora esperando imodestamente que seja
tão apreciado quanto o anterior.
Dentro da república o Integralismo é o único remédio que poderia ter salvo este país. O problema não é o remédio, é o "corpo". Este país está tão "doente" que ainda não está preparado para o remédio.
ResponderExcluirSão dois momentos de ouro que o Brasil poderia ter sido salvo. A continuação da Monarquia, no Terceiro Reinado, que teria evitado o trabalho destruidor da republica velha. Considerando que a realidade foi a ocorrência do malfadado golpe de 1889, o Integralismo histórico, na liderança do Chefe Nacional Plínio Salgado, teria sido o remédio amargo para os inimigos desta nação. Mas, a redenção de nosso povo por muitas gerações.
Murilo Cesar