terça-feira, 25 de novembro de 2025

O INTEGRALISMO É BRASILEIRO

 

O INTEGRALISMO É BRASILEIRO

Sérgio de Vasconcellos

Uma das mais equivocadas bobagens afirmadas sobre o Integralismo é que ele seria de inspiração estrangeira ou até mesmo cópia pura e simples de ideologias europeias, e, quer num caso, quer no outro, as “matrizes” seriam o Integralismo Lusitano, o Nacionalismo integral (França), o fascismo e o n.-socialismo. Somente indivíduos que jamais puseram os olhos num Livro de autoria de Plínio Salgado ou de outro Escritor Integralista poderia insistir nestas origens alienígenas para a nossa Doutrina.

Um exame comparativo – superficial, que fosse – das quatro correntes políticas mencionadas com o Integralismo já seria mais que suficiente para comprovar a completa falta de base desta suposta origem, que é uma fantasia.

Além do Pensamento originalíssimo de Plínio Salgado, o Integralismo alicerça-se nas Ideias de genuínos Pensadores Brasileiros, entre os quais e cito apenas uns poucos: Alberto Torres, Oliveira Vianna, Jackson de Figueiredo, Farias Brito, Eduardo Prado, Tavares Bastos, Domingos Jaguaribe, Olavo Bilac, José de Alencar, Gonçalves Dias, Couto de Magalhães, Joaquim Nabuco, Elysio de Carvalho, Euclides da Cunha, Oliveira Lima, Conde Affonso Celso, Gonçalves de Magalhães, Machado de Assis, Soriano de Souza, Ruy Barbosa, Pandiá Calógeras, Pires do Rio e tantos outros que seriam necessárias páginas e páginas tão somente para arrolar os seus nomes e diversos volumes para assinalar aquilo em que cada um influenciou Plínio Salgado e demais Doutrinadores do Integralismo. Definitivamente, a nossa Doutrina nunca precisou de aporte ideológico estrangeiro.

Curiosamente, uma nova origem para o Integralismo está sendo aventada: Plínio Salgado não teria criado nada e apenas trazido para o Brasil o Integralismo, que seria uma corrente que estava avassalando o Mundo então... Bom, qualquer um que acredite nesta incomensurável besteira demonstra ser ainda mais ignorante do Integralismo e do que se passava no Mundo nas décadas de 20 e 30 do Século XX, que a turma que afirma a nossa origem em ideologias estrangeiras. Nunca existiu este “Integralismo Mundial” e há uma palavra que serve perfeitamente para classificar esta baboseira: necedade.

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Plínio Salgado

 

Cartaz da Campanha Presidencial (1955)

PLÍNIO SALGADO

Sérgio de Vasconcellos

No Artigo anterior expus de forma ultrassumária a História do Integralismo. Agora, dando prosseguimento aos Esclarecimentos(1) tratarei em formato igualmente sintético da Vida de Obra de Plínio Salgado, para que os jovens que ingressam em nosso Movimento conheçam de fato quem foi o Fundador do Integralismo.

Plínio Salgado nasceu em São Bento do Sapucaí (SP), em 22 de Janeiro de 1895.

Em 1911, com a morte de seu Pai, Plínio Salgado foi obrigado a interromper seus estudos e tornou-se arrimo de Família, trabalhando para sustentar sua Mãe e seus Irmãos menores. Continuou a estudar por conta própria, acabando por tornar-se com o passar dos anos o mais brilhante autodidata já surgido no Brasil.

Tendo uma forte vocação política, em 1913, funda o Partido Municipalista

Fez-se em pouco tempo uma figura de destaque em sua Cidade Natal: realizando palestras, escrevendo Artigos para os periódicos da Região e até da Capital de São Paulo, fundando o Jornal de sua Cidade, O Correio de São Bento, etc. Em 1919 lança o seu primeiro Livro, que é de Poesias, Tabor.

Ainda em 1919 muda-se para São Paulo e passa a trabalhar no Jornal Correio Paulistano. Consolida-se a sua presença na elite intelectual da Capital Bandeirante.

Na década de 20 participa da Semana de Arte Moderna (1922); publica O Estrangeiro (1926), o primeiro romance social modernista; em 1927 lança Literatura e Política; torna-se uma figura nacionalmente conhecida como Literato de primeira grandeza. Elege-se Deputado Estadual (1927) pelo Partido Republicano Paulista.

Em 1930, Plínio Salgado faz uma viagem de vários meses visitando a África, o Oriente Médio e a Europa. Ao retornar ao Brasil, já com a intenção de criar um movimento político de feição completamente diferente de tudo o que até então existia no Brasil e no Mundo, deparou-se com a Revolução de 30, o que o obrigou a adiar seus planos. Cessada a luta e derrubada a República Velha, ele funda o Jornal A Razão (1931), no qual, em associação com jovens intelectuais, passa a divulgar novas Ideias Sociais, Políticas e Econômicas. No ano de 1932 funda a Sociedade de Estudos Políticos – S.E.P. -, em que reúne uma plêiade de pensadores nacionalistas e lança as bases do que seria a Doutrina Integralista. É do seio da S.E.P. que surge a Ação Integralista Brasileira – A.I.B. -, cujo lançamento público se dá com a divulgação nacional do Manifesto de Outubro, em 07 de Outubro de 1932. Como partido político, a A.I.B. teve um Deputado Federal e elegeu vários Prefeitos e Vereadores. Na década de 30 publicou diversas Obras: O Esperado, O Cavaleiro de itararé, A Voz do Oeste, O que é o Integralismo, Psicologia da Revolução, A Quarta Humanidade, O Sofrimento Universal, Despertemos a Nação, A Doutrina do Sigma, Palavra Novas dos Tempos Novos, Páginas de Combate, etc.

Durante aquela década, a A.I.B. cresceu vertiginosamente e tudo indicava que chegaria ao Poder da República nas Eleições Presidenciais de 1938, o que contrariava as oligarquias governantes e os interesses do Capitalismo Internacional. Assim, em 10 de Novembro de 1937, houve um golpe de Estado, que implantou o totalitário Estado Novo. A perseguição aos Integralistas foi brutal e aqueles que não foram mortos acabaram superlotando as masmorras, onde permaneceram por oito anos, e muitos foram amargar o exílio. Plínio Salgado acabou exilado em Portugal, em 1939.

Durante o exílio, Plínio Salgado continuou escrevendo e publicando: Vida de Jesus, Aliança do Sim e do Não, A Mulher do Século XX, O Rei dos Reis, O Conceito Cristão da Democracia, Primeiro, Cristo!, A Tua Cruz, Senhor, Como surgiram as cidades brasileiras, O Integralismo perante a Nação, Madrugada do Espírito, etc.

Em 1945, o regime fascista do Estado Novo é derrubado. Plínio Salgado retorna do exílio e assume a Presidência Nacional do Partido de Representação Popular – P.R.P.-, organização partidária integralista. Durante os vinte anos de sua movimentada existência o P.R.P. foi crescendo paulatinamente elegendo Senadores, Deputados Federais, Governadores, Deputados Estaduais, Prefeitos e Vereadores. Plínio Salgado percorreu todo o Brasil em campanha de divulgação da Doutrina do Integralismo e abrindo Diretórios do P.R.P. por todo o País e associações cívico-culturais. Candidatou-se a Presidente da República em 1955 e obteve perto de 800 mil votos; elegeu-se Deputado Federal por quatro mandatos sucessivos. Então, um novo golpe de Estado derrubou o Regime Democrático da Constituição de 1946 e fechou o P.R.P. Os Integralistas continuaram atuando através de organizações cívico-culturais, bem como infiltrados na ARENA e no MDB, os dois únicos partidos políticos que o Estado Novíssimo permitia existir.

Neste longo período, de 1946 em diante, Plínio Salgado, Jornalista Profissional que sempre foi, não só colaborou em periódicos Integralistas, como a Idade Nova, A Marcha e muitos outros por todo o País, bem como em jornais não Integralistas, como por exemplo, A Cruz (do Rio de Janeiro) e outros, inclusive, a cadeia de periódicos dos Diários Associados; também publicou novos Livros: Mensagem às Pedras do Deserto, Diretos e Deveres do Homem, Extremismo e Democracia, O Ritmo da História, Discursos, São Judas Tadeu e São Simão Canaanita, Espírito da Burguesia, O Integralismo na Vida Brasileira, Atualidades Brasileiras, Páginas de Ontem, Mensagem ao Povo Brasileiro, Livro Verde da Minha Campanha, Doutrina e Tática Comunistas, Reconstrução do Homem, Palestras com o Povo, Discursos na Câmara dos Deputados, Poemas do Século Tenebroso, A Crise Parlamentar, Trepandé, 13 Anos em Brasília, etc.

Plínio Salgado era um Escritor muito prolífico e além dos quarenta títulos que mencionei ao longo deste Artigo, outros quarenta ele publicou desde 1919 até a década de 70, e mais alguns publicados postumamente.

Plínio Salgado faleceu em 07 de Dezembro de 1973.  Está enterrado no Cemitério do Morumbi, em São Paulo (SP).

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(1)- Esclarecimentos:

Violênciahttps://integralismohistoriaedoutrina.blogspot.com/2025/10/alguns-esclarecimentos-sobre-o.html

Os Segredos do Integralismohttps://integralismohistoriaedoutrina.blogspot.com/2025/10/alguns-esclarecimentos-sobre-o_22.html

O Integralismo monárquicohttps://integralismohistoriaedoutrina.blogspot.com/2025/10/alguns-esclarecimentos-sobre-o_24.html

A legalização das drogashttps://integralismohistoriaedoutrina.blogspot.com/2025/10/alguns-esclarecimentos-sobre-o_28.html


quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Brevíssima História do Integralismo

 

Brevíssima História do Integralismo

Sérgio de Vasconcellos

De alguns dias para cá tenho escrito Artigos em que desminto as adulterações cínicas da nossa Doutrina que têm sido feitas por indivíduos que se dizem Integralistas. Por enquanto publiquei os seguintes: Violência, Os Segredos do Integralismo, O Integralismo é monárquico e A legalização das drogas.

Mas, acontece que apenas focar nos erros pontuais de meia dúzia de pseudo-Integralistas, não me parece o suficiente e por isso farei abaixo um breve escorço da História do nosso Movimento, ainda e sempre com a finalidade de não permitir que os jovens que estão procurando o Integralismo sejam enganados por indivíduos que ficam posando de líderes, mas, que nada sabem da História e Doutrina do Integralismo.

Após um périplo de vários meses pela África, Oriente Médio e Europa, Plínio Salgado retorna ao Brasil já com a intenção de lançar um Movimento Político em novos moldes, completamente diferente do que havia no Brasil e no restante do Mundo. Mas, ao desembarcar no Rio de Janeiro em 03 de Outubro de 1930 deparou-se com a chamada Revolução de 30, o que o obrigou a adiar a criação dessa organização política.

Derrubada a República Velha, as diversas correntes políticas do País começam a arrumar-se no novo estado de coisas, mas, ainda guardando a feição regionalista herdada do regime defunto. Apenas Plínio Salgado e alguns dos seus seguidores compreendiam que era a hora de um Partido Nacional, que visasse o Bem Comum de todos os Brasileiros e não mais os interesses meramente regionais e seus Partidos Estaduais.

Em 1931, com a finalidade de divulgar suas Ideias Revolucionárias, Plínio Salgado lança, em São Paulo, o jornal A Razão, no qual colaboravam diversos novos intelectuais, todos antenados com o Pensamento Novo propagado pelo já célebre Autor de “O Estrangeiro”. No ano de 1932 dá mais um passo em direção a sua meta e cria a Sociedade de Estudos Políticos – S.E.P. -, em que firma as bases do que será a Doutrina Integralista. É do seio da S.E.P. que surge finalmente o tão sonhado Movimento, a Ação Integralista Brasileira- A.I.B.

No dia 07 de Outubro de 1932, Plínio lança aquele que é até hoje o mais impressionante Documento Político Brasileiro, o famoso Manifesto de Outubro, com o qual principia a divulgar a Doutrina do Integralismo. Ao longo de cinco anos, a A.I.B. fez um gigantesco apostolado por todo o Brasil, o que não agradava a camarilha que estava no Poder, bem como contrariava os interesses do Capitalismo Internacional, que obviamente não via com bons olhos a mais do que provável possibilidade do Integralismo chegar ao Poder nas eleições de 1938. Assim, em 10 de Novembro de 1937 foi dado um golpe de Estado e implantado o totalitário Estado Novo e a A.I.B foi fechada.

Durante  oito anos os Integralistas foram brutalmente perseguidos: os que não foram assassinados, superlotaram as masmorras estadonovistas, muitos amargaram um prolongado Exílio, o Movimento foi empurrado para a clandestinidade. Neste período trevoso da História do Brasil, os Integralistas, burlando a vigilância do criminoso Regime, criaram algumas organizações: AFE – Auxílio às Famílias Empobrecidas (Socorro Verde), Apollo Sport Club, Cruzada Juvenil da Boa Imprensa, e outras.

Em 1945, finalmente, o Ditador e sua camarilha foram apeados do Poder. Chegou ao fim o período mais sanguinário da História do Brasil. Os Integralistas se reorganizaram as claras, fundando em Setembro de 1945 o Partido de Representação Popular – P.R.P. Voltando de seu amargo Exílio em Portugal, Plínio Salgado assume a Presidência Nacional do P.R.P., em memorável Convenção Nacional, realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em Outubro de 1946.

O P.R.P. elegeu Senadores, Governadores, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos e Vereadores, crescendo exponencialmente a cada Eleição até que foi golpeado com a implantação do Estado Novíssimo em Março de 1964, que fechou todos os Partidos Políticos existentes, inclusive o nosso.

Mas, a partir de 1946, paralelamente ao P.R.P., os Integralistas foram criando várias outras organizações ampliando assim a área de atuação do Movimento: o Instituto Brasileiro de Cultura, o Guanabara Football Club, os Centros Culturais e a sua Confederação, a União Operária e Camponesa do Brasil, a Organização dos Serviços de Imprensa e Propaganda, a Minuano, etc. E depois do encerramento do P.R.P., os Integralistas prosseguiram com a atividade nas organizações não-partidárias, bem como, abriram novas entidades: a Cruzada de Renovação Nacional, a nova Ação Integralista Brasileira, a Ação Integralista do Brasil, a Ação da Juventude Integralista, a Casa de Plínio Salgado, o Centro Cultural Plínio Salgado, o Centro de Estudos Políticos, Tecnológicos e Culturais, o Centro de Estudos e Debates Integralistas, e outras tantas. E, mais modernamente, não poderíamos deixar de mencionar a Frente Integralista Brasileira – F.I.B., fundada em 2005. A Casa de Plínio Salgado – CPS – e a FIB, somando-se com Organizações Integralistas espalhadas por todo o Território Nacional, estão levando adiante o Movimento Integralista Rumo ao Sigma.