sábado, 2 de junho de 2012

INTEGRALISMO E OBJETIVIDADE

Sérgio de Vasconcellos.

Em inúmeras passagens de sua Obra, Plínio Salgado chama a nossa atenção para que coloquemos o “sentimento” em tudo o que pensamos e fazemos(1), mas, isto não significa que o Integralista se guia por algum sentimentalismo barato ou um emocionalismo de ocasião, e, sim, impedir que um excessivo e frio intelectualismo nos separe da Vida e nos torne indiferentes ao sofrimento do nosso Próximo, dos milhões que passam fome e vegetam na miséria material, intelectual e moral. No Integralismo, portanto, a razão não está desconectada do sentimento. E este sentimento não deve ser visto como alguma forma de subjetivismo em que o Integralista fique enclausurado, pois, a objetividade é fundamental para o Integralismo.
A objetividade, para nós, não é mero registro ou catalogação das impressões recebidas do exterior. Sem negar a necessidade da experiência, o Integralismo rejeita o empirismo. Para o Integralismo, a objetividade é a adequação entre o intelecto e a realidade. Em sendo assim, dirige-se àquilo que é essencial e perene, e, não negando a validade de perspectivas parciais, recusa o fragmentário, pois, como o seu próprio nome indica, o Integralismo, enquanto Filosofia, orienta-se até à Verdade, a Verdade Integral, só possível através da Síntese.
Não por acaso – afinal, “Deus dirige os destinos dos povos”(2) – o Integralismo surgiu no Brasil – “o Último Ocidente e o Primeiro Oriente”(3) -, propondo uma “Palavra Nova dos Tempos Novos”(4), não a impondo a quem quer que seja, mas, pretendendo criar um ambiente em que seja livre e conscientemente aceita. Trata-se, portanto, sim, de uma Revolução, não pela violência e supressão dos opositores, mas, pelo convencimento. O Integralismo é um vasto Movimento Pedagógico, que visa reeducar o Brasil e o Mundo à luz de Ideias generosas e puras e que podem ser resumidas no nosso sagrado lema: “Deus, Pátria e Família”.


1) Por exemplo, em SALGADO, Plínio. Código de Ética do Estudante. Nova Friburgo: Tipografia Carestiato, [s.d.]:  “XXIV – Sê um homem de pensamento, mas se um homem de ação. O pensamento para transformar-se em ação precisa, primeiro, transformar-se em sentimento. Ideia que não é sentida é ideia morta. A ação é forma objetiva de ideias vivas, oriundas de realidades e criadoras de novas realidade. Cultiva o ideal, mas, se realista.” Pág. 6.
2) SALGADO, Plínio. Manifesto de Outubro. Varginha: [s.ed.], 1988. Capítulo I – Concepção do Universo e do Homem – pág. 1.
3) SALGADO, Plínio. Palavra Nova dos Tempos Novos. 3. ed. São Paulo:  Panorama, 1937; pág. 121 e segs.
  SALGADO, Plínio. Sol Nascente e Último Ocidente. Brasília: Câmara Federal, 1967.
4) SALGADO, Plínio. Palavra Nova dos Tempos Novos. 3. ed. São Paulo: Panorama, 1937; pág. 7 e segs.

Nenhum comentário:

Postar um comentário