sábado, 23 de junho de 2012

Integralismo e Religião


INTEGRALISMO E RELIGIÃO(1)

Sérgio de Vasconcellos

A Doutrina Integralista diferencia-se radicalmente de todas as ideologias políticas que até aqui dominaram o século XX: Enquanto estas são agnósticas ou ateias, isto é, materialistas, a Filosofia Integral afirma peremptoriamente a existência de Deus e, consequentemente, a imortalidade da Alma Humana.

Quanto à questão da Natureza do Ser Supremo, isto é, se Ele transcende ou identifica-se ao Universo; e, de seus atributos – unidade, simplicidade, amor, etc. -, o Integralismo não define, pois compete a cada Religião instruir seus fiéis nestes temas.

O Integralismo é Cristão e ecumênico. Ecumenismo este, o mais lato possível, pois reúne não só os Cristãos, como também os não-Cristãos, em uma “frente ampla espiritualista”, contra o materialismo avassalador do mundo moderno, que assume duas principais formas: o Agnosticismo Capitalista e o Ateísmo Marxista(2). Por conseguinte, o Integralismo recebe em suas fileiras Homens de todos os credos religiosos, irmanados na luta por Deus, pela Pátria e pela Família, e contra o Capitalismo Burguês e o Coletivismo Marxista.

Muitos leitores, talvez ainda não compreendam por que nós, Integralistas, tanto nos empenhamos em defender a existência de Deus, perguntando até: Afinal, que tem Deus com a política? Os que raciocinam desta forma estão dominados pelos preconceitos materialistas do século, não estão pensando com isenção, mas movidos por ideias preconcebidas.

Na verdade, Deus tem tudo com a política. Partindo da negação ou afirmação de Deus, surgem duas visões do Mundo, inteiramente antagônicas, que se defrontam numa luta de morte: O materialismo, com dupla feição, o dogmático e militante, adotado pelo Marxismo-Leninismo, escravizando os países comunistas, e, o agnóstico e burguês, adotado pelo Capitalismo, dominando os países supostamente livres do Mundo Ocidental; e, o Espiritualismo, adotado pelo Integralismo, e que alicerça a Idade Nova que estamos construindo(3).

Assim, decidir-se por Deus ou contra Deus não é um  capricho, não é discutir o sexo dos anjos, mas uma opção vital. Deliberar contra Deus é colocar-se ao lado das forças reacionárias, que desejam manter a Humanidade na escravidão, na alienação, é lutar para a instauração do execrando totalitarismo. Escolher a Causa de Deus é juntar-se à Revolução, é batalhar pela Libertação Integral da Humanidade.

Notas:
1) Publicado originalmente em “O Integralista” – Rio de Janeiro – Ano 2 – Nº 4 – Dezembro de 1990 – p. 7. Reproduzido, parcialmente em “A Voz do Oeste” – Lins(SP) – Ano II – Nº 20 – Janeiro/Fevereiro de 1992 – pág. 3.

2) Tal frente única também foi preconizada por Sua Santidade o Papa Pio XI, nas Encíclicas “Caritate Chisti Compulsi” e “Divini Redemptoris”, esta última Carta Encíclica foi reproduzida na íntegra por Gustavo Barroso, no seu livro “Comunismo, Cristianismo e Corporativismo” – Empresa Editora ABC – Rio de Janeiro – 1938 – págs. 107 e segs., e a defesa da frente única espiritualista encontra-se nas págs. 157 e 158. Sobre a “frente espiritualista”, que é o Integralismo, conferir, ainda, entre outros:
- Maria Amélia Salgado Loureiro(coord.) – “O Integralismo, Síntese do Pensamento Político Doutrinário de Plínio Salgado” – Editora “Voz do Oeste” – São Paulo – 1981 – p. 14.
- Padre Ludovico, “O Integralismo à luz da Doutrina Católica”, em Plínio Salgado – “O Integralismo perante a Nação” – 3ª ed. – Editora das Américas – São Paulo – 1955 – págs. 168 e 169. “Obras Completas” – Vol. 9.
- Alberto Silvares – “O Comunismo e seu Contra-Veneno” – Editora Minerva – Rio de Janeiro – 1937 – págs. 31 e segs.;b e, págs. 67 e segs.
- General Jayme Ferreira da Silva – “Retalhos Verdes” – A. Coelho Branco Filho, Editor – Rio de Janeiro – 1937 – págs. 65 e segs.; e, págs. 273 e segs.
- Miguel Reale – “Perspectivas Integralistas” – 2ª ed. – Livraria H. Antunes – Rio de Janeiro – 1936 – págs. 44 e 45.
- Gustavo Barroso – “Espírito do Século XX” – Civilização Brasileira – Rio de Janeiro –1936 – págs. 242 e segs.
- Gustavo Barroso – “O que o Integralista deve saber” – Civilização Brasileira – Rio de Janeiro – 1935 – págs. 115 e segs.

3) Consultar:
- Plínio Salgado – “A Quarta Humanidade – 4ª ed. – Editora das Américas – São Paulo – 1955 – 161 págs. – “Obras Completas”, vol. 5.
- Gustavo Barroso – “O Quarto Império” – Livraria José Olympio Editora – Rio de Janeiro – 1935 – 179 págs. – Coleção “Problemas Políticos Contemporâneos”, Nº 9.

Nenhum comentário:

Postar um comentário